A alta dos preços dos alimentos, principalmente das carnes, pressionou a inflação de outubro. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), índice oficial do governo, teve alta de 0,33% no mês, contra 0,21% em setembro, informou nesta sexta-feira o IBGE.
Ainda assim, no acumulado do ano, a inflação fica em 2,33% e deverá fechar 2006 no menor patamar desde 1998, segundo a gerente de Sistemas de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes.
Ela ressalta que, em 1998, ainda havia o regime de câmbio fixo e não tinha sido implantado o sistema de metas de inflação. Além disso, a economia brasileira sofria recessão, com deflação em alguns meses. Naquele ano, a inflação foi de 1,65%
De acordo com a técnica do IBGE, em 2006, a inflação baixa é resultado principalmente do câmbio favorável e também dos reajustes menores nas tarifas públicas. Ela lembra que em alguns casos, como o da Light no Rio de Janeiro, as tarifas de energia foram reduzidas.
O índice acumulado no ano até agora está bem abaixo do registrado em igual período do ano passado (4,73%) e do centro da meta de inflação do Banco Central para 2006, de 4,5%, com margem de erro de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Segundo a última pesquisa semanal do Banco Central, o mercado projeta que o índice acumule neste ano alta de 3% .
Nos últimos 12 meses, a taxa acumulou 3,26%, resultado também inferior aos 3,70% relativo aos 12 meses imediatamente anteriores.
Segundo o IBGE, os alimentos foram os principais responsáveis pela alta no IPCA de setembro para outubro. A maior contribuição individual no índice de outubro (0,08 ponto percentual no índice final) veio dos preços das carnes, que no período de entressafra subiram 4,51%. De setembro para outubro, a alta de preços do grupo Alimentação e Bebidas passou de 0,08% para 0,88%.
Os preços dos alimentos também pressionam a inflação de novembro, segundo mostrou a primeira prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercao), divulgada também nesta sexta-feira . O IGP-M, calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), é mais influenciado pelos preços do atacado do que o IPCA.
Além dos alimentos, os salários dos empregados domésticos foram destaque com alta de 1,39%. Outros aumentos também ocorreram em cigarros (1,31%), serviços de cabeleireiro (1,18%) e os artigos de vestuário (0,64%).
Em relação aos combustíveis, foi registrada queda significativa no álcool (-3,28%), enquanto gasolina ficou em queda de 0,11%. Na tabela abaixo, as variações mensais ao longo de 2005 e neste ano.