A indústria de alimentos puxou para baixo o resultado do setor em setembro.Impactada pela forte estiagem que atinge o Sudeste, a produção do setor recuou 4,1% no mês.

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A produção industrial no país caiu 0,2%, invertendo a tendência vista nos dois meses anteriores e repetindo resultado que já tinha ocorrido em outros períodos. "Houve uma antecipação da safra por conta da estiagem, principalmente no segmento de açúcar.

O item tem o maior peso entre os ramos investigados na pesquisa e por isso o impacto negativo", disse André Macedo, gerente da coordenação de indústria do IBGE. Ele não descartou que junto com a estiagem a inflação de alimentos, que voltou a crescer nos últimos meses, tenha influenciado na queda na produção. A alta nos preços também está relacionada com a seca.

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O IPCA-15 (a prévia da inflação oficial) avançou em outubro e atingiu 0,48%. O grupo alimentos subiu mais: 0,69% no mês. Macedo reforçou, contudo, que o peso da estiagem na produção é maior do que uma possível redução de produção por conta da diminuição do consumo decorrente do encarecimento dos produtos.

Veículos

A produção de carros no país, por sua vez, cresceu, mas não foi suficiente para zerar as perdas registradas no ano. O ramo de veículos automotores (carros, caminhões, tratores e autopeças), registrou avanço de 10,1% em setembro frente a agosto. A alta do setor de veículos também não suaviza o cenário na própria indústria automotiva, que enfrenta redução na demanda doméstica e nas exportações, estoques altos, endividamento da população e esgotamento da política de desoneração do IPI.

Na comparação anual -setembro contra setembro de 2013- o setor teve queda de 14,3%. No acumulado do ano, as perdas são ainda maiores, com a produção em queda de 18,1%. "90% dos produtos investigados dentro do ramo de veículos automotores em setembro tiveram queda na comparação anual", disse Macedo.

A melhora verificada no indicador de setembro tem impacto da proximidade do fim do ano e a volta do período de redução do IPI, além da sinalização da retomada de medidas de incentivo ao crédito pelo governo. A melhora também pode ser creditada por conta de uma base de comparação alta, já que a produção vem, desde o ano passado, com problemas.

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