A elevação da alíquota de importação de diversos brinquedos de 20% para 35% deve ajudar a indústria nacional a reequilibrar o mercado brasileiro do setor, em que a participação dos chineses já chega a 60%, segundo o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Sinésio Batista da Costa. "O mercado brasileiro terminou 2010 com 60% das vendas nas mãos dos chineses e 40% com a indústria nacional. A expectativa é que possamos chegar a um equilíbrio de 50% para cada lado", disse o empresário.

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A alteração na tarifa não ocorreu apenas no Brasil, mas também nos outros países que fazem parte do Mercosul. "Na Argentina, os chineses respondem por 92% do mercado de brinquedos, além de 98% no Paraguai e 99% no Uruguai", disse Costa.

Segundo ele, os governos desses países estão oferecendo incentivos fiscais para a instalação de novas fábricas de brinquedos brasileiros na região. "Muito em breve abriremos uma ou duas fábricas no Uruguai e outras duas no Paraguai", afirmou o executivo.

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Costa também destacou que a alíquota de importação no Mercosul de partes e peças de brinquedos caiu para 2% desde agosto deste ano, favorecendo a ampliação da produção regional. "O Brasil não produz brinquedos eletrônicos e nem quer produzir. O equilíbrio de mercado que buscamos é com o aumento da produção de bonecas, jogos de tabuleiro e outros", completou.

O empresário estima que, mesmo com os incentivos, a região ainda levará cinco anos para recuperar os 15 mil empregos perdidos no setor nos últimos três anos. "Cada emprego perdido na indústria do setor no Mercosul representa a criação de oito novas vagas na China, então estamos falando de 120 mil empregos para os chineses às nossas custas nesse período", disse Costa.

Preços estáveis

Apesar do aumento na alíquota de importação, o empresário disse acreditar que o custo adicional não deve ser repassado para o consumidor. Para ele, os preços devem permanecer estáveis, com a diferença sendo absorvida pela cadeia de importação e revenda. Além disso, afirmou, os preços cobrados no Natal deste ano já foram em média 4% inferiores aos praticados no ano passado.

"A medida foi tomada no momento certo. Se houvesse uma elevação da alíquota antes da semana da criança, por exemplo, poderia ter havido um aumento oportunista dos preços", acrescentou Costa.

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