ALL concentrará investimentos em reforma de equipamentos e TI

Em 2008, a América Latina Logística (ALL) pretende investir R$ 650 milhões em todo o Brasil, na recuperação de locomotivas e vagões e em tecnologia da informação (TI), principalmente. Assim como neste ano, o Paraná deve abocanhar grande parte desses recursos – de um total de R$ 550 milhões que estão sendo aplicados até dezembro em todo o país, R$ 130 milhões (23%) são para o estado.

De acordo com o presidente da companhia, Bernardo Hees, o setor ferroviário ainda tem muito espaço para crescer no Brasil. "Com a economia em situação melhor e em pleno crescimento, aproveitamos esse momento para crescer também", declarou. Ele conta que, a cada ano, são adicionados ao sistema da ALL cerca de 1,5 mil vagões e 50 locomotivas. "Esse cenário não deve mudar, aliás. Podemos aumentar o número de vagões para 2 mil anuais, com um plano agressivo de investimentos para os próximos anos."

A ALL tem atualmente 30 mil vagões. A companhia opera outros 3 mil, que pertencem a terceiros. "Nossos clientes vêm investindo na compra de vagões. No Paraná temos parceiros importantes como Coamo, Imcopa e Sadia."

No segundo trimestre deste ano, a empresa teve lucro líquido de R$ 51,8 milhões, revertendo um prejuízo de R$ 2,4 milhões no mesmo período do ano passado. "Estamos em um ano muito bom, com crescimento na carga agrícola, como açúcar ensacado e fertilizantes, mas também na carga industrial, como papel e celulose e contêineres."

Um dos grandes projetos da ALL no Paraná ainda está parado, no aguardo de uma definição dos governos federal e estadual. A companhia propôs uma PPP com o governo federal para construir a ligação ferroviária entre Guarapuava e Ipiranga, projeto incluído no PAC. O governo estadual propõe um trecho alternativo entre Guarapuava, Irati e a estação Engenheiro Bley, no município da Lapa. "Qualquer solução é positiva, pois atende ao nosso grande problema, que é a ligação precária entre Guarapuava e Ponta Grossa." Segundo ele, a companhia mantém bom relacionamento com o governo estadual e está discutindo qual a opção mais viável. (RF)