Curitiba Uma parceria entre a ALL América Latina Logística e a Sadia resultou num sistema inédito no país para o transporte de produtos refrigerados antes feito exclusivamente por caminhões. A mercadoria sai da maior fábrica da Sadia (em Toledo, região Oeste do Paraná) com destino ao Porto de Paranaguá, combinando as vias férrea e rodoviária. Com o sucesso da parceria, iniciada em 2003, o contrato está sendo renovado para mais cinco anos e as empresas estão dobrando a capacidade de transporte. Serão 8 composições, cada uma com 10 plataformas para contêineres, com capacidade para 25 toneladas, e um vagão gerador de energia.
Segundo o diretor de logística da Sadia, Paulo Striker, foram investidos cerca de R$ 2 milhões no projeto, cujo objetivo é reduzir o custo de translado das mercadorias. "Este ganho ainda é tímido, mas estamos trabalhando para efetivá-lo com a meta de volume que esperamos", explica. A economia, segundo Striker, compensa o aumento do tempo de transporte que passou de 8 para 30 horas.
A Sadia exporta cerca de mil itens (considerando as suas variações) para mais de 100 países. Deste total, 60% sai do país pelos portos de Paranaguá e Antonina. A unidade de Toledo produz cortes de frango e suíno, presunto e empanados, entre outros itens. Outras quatro das 12 unidades de produção da empresa estão no Paraná (em Ponta Grossa, Francisco Beltrão, Dois Vizinhos e Paranaguá). A operação férrea deve contribuir para uma ampliação de até 15% no volume de exportações da empresa. Segundo Striker, em 2004 a Sadia exportou US$ 2,2 bilhões.
De acordo com o gerente de industrializados da ALL, Alan Fuchs, no primeiro momento foi feita uma adaptação dos vagões para o transporte da carga congelada, que neste caso precisa ser mantida em temperatura de -18ºC. "Os produtos são alojados nos contêineres nas unidades da região Oeste, de onde partem os caminhões. Em Cascavel é feito o transbordo para os vagões, sem que seja preciso mexer na carga", explica. Segundo o executivo, a ALL tem outros projetos em desenvolvimento para o translado de produtos refrigerados. "Este é um mercado que vem crescendo no Brasil em taxas expressivas e por isso estamos estudando de que maneira vamos atendê-lo", diz.