Fundos DI só são interessantes se a taxa de administração for inferior a 2%: acima disso rende menos que a poupança| Foto: USP Imagens /Fotos Públicas

Papéis de educação e construção civil são boas opções na Bolsa

A Bolsa de Valores, que teoricamente perderia atratividade, também pode oferecer opções interessantes, especialmente no caso dos papéis de empresas ligadas ao ensino superior. Espera-se que a reeleição da presidente Dilma Rousseff dê mais força a programas de financiamento estudantil , como o Prouni. Não por acaso, os papéis da Kroton e da Estácio estão entre os que obtiveram maiores altas este ano, com valorizações, respectivamente, de 88% e 43%.

Outra boa opção são empresas exportadoras que, segundo o economista-chefe da TOV Corretora, Pedro Paulo Silveira, "voltam a ser interessantes, desde que mantida a tendência de uma taxa cambial desfavorável ao real". Um exemplo de exportador que traria bons resultados é a Embraer, multinacional fabricante de aviões que tem seu papel entre as dez maiores valorizações da BM&FBovespa em 2014.

Porém, alerta Silveira, o momento é de escolher a ação "a dedo". Companhias como Gerdau e Usiminas, ligadas à siderurgia e exportadoras, por exemplo, estão entre as cinco maiores quedas do ano. "A queda nos preços das commodities [no caso, o minério de ferro] afetou o resultado dessas empresas", diz. Apesar disso, o economista lembra que houve queda "exagerada" de muitos ativos por causa das eleições.

O gestor da BBT Asset Management, Raphael Juan, indica ainda construtoras de imóveis voltadas para o público de baixa renda, como a MRV Engenharia e a Direcional Engenharia. "Creio que elas estão uma pechincha, considerando que devem captar muito mais recursos sincronizadas ao programa Minha Casa, Minha Vida".

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A elevação dos juros básicos da economia brasileira para 11,25% ao ano, na semana passada, melhorou a rentabilidade de investimentos mais conservadores, como renda fixa e fundos referenciados DI, alternativas comuns à poupança. Este cenário deve se manter em médio prazo, levando em conta que a tendência é que o Banco Central continue subindo a Selic – alguns analistas projetam uma taxa de 11,5% em dezembro. De acordo com a última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), a média das expectativas do mercado é de que os juros cheguem a 12% no ano que vem.

O sócio da gestora São Paulo Investments, Fábio Amaral Barreto de Lemos, afirma que o aumento da Selic tornou os fundos DI mais interessantes como aplicação de curto prazo, mas lembra que é preciso ficar atento à taxa de administração. "Essa taxa pode chegar a no máximo 2%. Acima disso fica menos rentável que a poupança. No entanto, existem opções no mercado com taxas de administração em torno de 0,5%", explica.

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No ano passado, a média de rentabilidade dos fundos DI mais bem-sucedidos ficou entre 7,5% e 9% e algumas corretoras chegam a isentar da cobrança da taxa administrativa.

Outra alternativa de investimento são as aplicações com juros pós-fixados, ou seja, que trabalham com a possibilidade de crescimento dos juros básicos e da inflação. Lemos aposta tanto na modalidade Letra Financeira do Tesouro (LTF), cuja rentabilidade é ligada à Selic, quanto na Nota do Tesouro Nacional série B (NTN-B), vinculada à variação do IPCA.

A aplicação na LTF, porém, é interessante quando os juros estão subindo ou devem permanecer inalterados. Quando ocorre o contrário, ou seja, a expectativa é de redução da Selic, o melhor é "travar" a rentabilidade com outro papel, a Letra do Tesouro Nacional (LTN). "Desde que foi feito o anúncio de elevação da taxa básica de juros, estamos indicando papéis como estes", completou Lemos.

Letras de crédito

Para os clientes da corretora Valora Invest, a recomendação neste momento é de preservação dos investimentos, com ajustes mínimos. Segundo Paulo Paim, analista da Valora, o consequente efeito recessivo na economia do aumento da Selic favorece opções como a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA). "São isentos do Imposto de Renda e dentro de um período de um a dois anos acabam valendo a pena", diz.

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O economista-chefe da TOV Corretora, Pedro Paulo Silveira, também sugere a LCI e títulos do tesouro indexados à inflação, como o NTN-B. "São investimentos altamente conservadores, segurados pelo Fundo Garantidor de Crédito e que se mostram viáveis nesta conjuntura de baixo crescimento", afirma.