Procon aciona Ministério Público para investigar postos de combustíveis de Campo Mourão| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Tabela - Veja os preços dos combustíveis em 12 cidades paranaenses na última semana
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O álcool ficou 15% mais caro nas últimas quatro semanas no Paraná. O reajuste, o segundo maior do país, diminuiu a vantagem de se abastecer carros "flex" com o derivado da cana-de-açúcar, uma vez que o preço da gasolina subiu bem menos (2,5%) no período. Ainda assim, o álcool continua sendo a opção mais vantajosa no estado. As informações são de levantamento da Gazeta do Povo, com base em dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que pesquisou preços dos combustíveis em 20 cidades paranaenses.Na semana iniciada em 20 de setembro, o álcool vendido no Paraná custava R$ 1,39 por litro, em média, o equivalente a 57% do preço médio da gasolina (R$ 2,43). Na semana passada – quando o litro do álcool chegou a R$ 1,60 e a gasolina, a R$ 2,49 –, a relação entre os dois já estava em 64%. Estima-se que, quando ela supera a marca de 70%, compensa abastecer com gasolina, cujo rendimento é maior.

Assim, com a gasolina custando R$ 2,49, o álcool teria de chegar a R$ 1,75 para deixar de ser vantajoso. Embora ainda haja uma certa folga, ela tende a diminuir nas próximas semanas, com a chegada da entressafra de cana. Especialistas e empresários do setor não descartam a possibilidade de que o álcool chegue perto de R$ 2 caso o governo federal não interfira.

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Além disso, os valores variam muito conforme a região – em Londrina, por exemplo, a relação entre o preço médio do álcool e o da gasolina já está em 68%. Em todo o estado, a ANP encontrou postos vendendo o álcool por R$ 1,37 o litro, e outros cobrando até R$ 1,80 – uma variação de mais de 30%. Em Curitiba, o preço máximo na semana passada (R$ 1,70) era quase 20% superior ao mínimo (R$ 1,44). No caso da gasolina, os preços variavam de R$ 2,24 a R$ 2,97 em todo o estado, e de R$ 2,24 a R$ 2,60 na capital.

Luz vermelha

Os fortes reajustes têm sido atribuídos às limitações na oferta de álcool – o excesso de chuva reduziu a produtividade das lavouras – e à prioridade dada à produção de açúcar, que ficou mais rentável com a alta dos preços internacionais nos últimos meses. Com isso, a produção nacional de álcool deve fechar esta safra com aumento de 3%, bem inferior ao crescimento da demanda, estimado em 15%.

Se no Paraná ainda vale a pena abastecer com etanol, isso já não é válido para a maioria dos estados do país. Há quatro semanas, o álcool era mais vantajoso em 22 unidades da federação; agora, ele só compensa em 13. Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, por exemplo, a gasolina tornou-se a opção mais econômica para os carros bicombustíveis. Até mesmo em Minas Gerais – segundo maior produtor de etanol do país – compensa encher o tanque com o derivado de petróleo.Não por acaso, o governo estuda reduzir a proporção de álcool que é misturada à gasolina, como fez dois anos atrás. Atualmente, cada litro de gasolina leva 25% de etanol. Se essa proporção for reduzida para 20%, como em 2007, estima-se que "sobrariam" aproximadamente 100 milhões de litros de álcool durante a entressafra de cana, que começa no fim de novembro. O Ministério da Agricultura tem dito que, ao menos por enquanto, não há necessidade de alterar a mistura, mas também não nega que essa alternativa possa ser adotada.

Serviço: Para descobrir se compensa abastecer o carro flex com álcool, divida seu preço pelo da gasolina. Se o resultado for de até 0,7, vale a pena usar álcool. Acima disso, a gasolina é mais vantajosa. Essa relação, no entanto, pode variar conforme o veículo e a regulagem do motor.

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