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A alta de 0,48% verificada no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro, divulgado nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representa um crescimento significativo. No entanto, o resultado não causa preocupação, embora tenha ficado 0,20 ponto percentual acima da taxa de dezembro, porque a aceleração foi puxada por elevações pontuais observadas apenas em alguns produtos. A avaliação é da coordenadora de Índices do IBGE, Eulina dos Santos.

De acordo com o levantamento, as principais pressões foram exercidas pelos produtos alimentícios, que tiveram alta de 0,75% depois de subirem 0,36% no mês anterior; e pelos transportes (de -3,00% para 0,35%), puxados pelas altas em tarifas dos ônibus urbanos (3,24%) e dos intermunicipais (2,92%).

Não há nenhuma indicação de aumento generalizado. Essa alta está localizada em dois grupos: os alimentos, principalmente hortifrutigranjeiros, como frutas e batatas, cujos preços flutuam muito; e os feijões, especialmente o carioca, que teve alta por causa da estiagem no Paraná nos meses finais do ano passado. Já os transportes pressionaram a inflação por causa dos reajustes das tarifas dos ônibus em seis regiões metropolitanas em janeiro. Esse é um item muito importantes no orçamento das famílias, explicou.

Ainda no grupo transportes, a alta foi amenizada pelos preços de veículo próprio, que continuaram em queda (de 0,73% para 1,38%). Mais uma vez, os destaques foram os preços dos automóveis novos, com queda mais intensa em janeiro (de 1,99% para 3,15%) e dos usados, que passaram de 2,76% para 3,27%.

Já os combustíveis reverteram o recuo verificado em dezembro (-0,04%) e fecharam janeiro com elevação de 0,53%. Subiram os preços da gasolina (de 0,09% para 0,42%) e do álcool (de 0,04% para 0,71%).

O grupo habitação também teve alta mais intensa (de 0,28% para 0 49%), influenciado pela aceleração na taxa dos aluguéis residenciais (de 0,56% para 1,01%) e de condomínio (de -0,08% para 1,09%).

Os artigos de residência passaram de -0,04%, em dezembro, para 0,45% em janeiro, influenciados, sobretudo, pelo resultado dos eletrodomésticos (de 0,01% para 0,77%) e TV e Som (de -1,07% para 0,48%).

No grupo saúde e cuidados pessoais (de 0,32% para 0,55%), o destaque foi a alta verificada nos preços dos remédios (de -0 11% para 0,61%). Já em despesas pessoais (de 0,59% para 0,65%), a principal contribuição veio de recreação (de 0,21% para 0,59%) especialmente cinema (de 0,34% para 1,27%) e hotel (de 0,07% para 2,60%).

O grupo vestuário foi o único a apresentar desaceleração de preços na passagem de um mês para o outro (de 0,99% para 0,05%).

Entre as regiões, o maior índice foi verificado em Belo Horizonte (1,12%), com a influência dos preços dos ônibus urbanos, que tiveram alta de 9,00%, e dos intermunicipais, com elevação de 8,42%. Já o menor resultado foi observado em Recife (-0,17%), onde houve deflação em alimentação e bebidas (-0,38%).

Para calcular o IPCA de janeiro, foram coletados preços no período entre 30 de dezembro e 28 de janeiro e comparados aos vigentes entre 27 de novembro e 29 de dezembro. O IPCA se refere s famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange nove regiões metropolitanas do país, além do município de Goiânia e de Brasília.

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