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Alta na luz faz Curitiba liderar a inflação

Usina em Araucária: uso de termelétricas pesou na tarifa de luz | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Usina em Araucária: uso de termelétricas pesou na tarifa de luz (Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo)

Sob impacto do reajuste na tarifa de energia elétrica da Copel, a Grande Curitiba registrou a maior inflação do país em julho, dentre as 11 capitais e regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE. Os preços de produtos e serviços na Grande Curitiba subiram em média 0,48% no mês passado, muito acima da média nacional, que registrou avanço de apenas 0,03%.

Em 9 de julho, a Copel anunciou um reajuste de 8,77% nas tarifas residenciais de energia, mas esse porcentual ainda não apareceu na íntegra para os consumidores, pois em quase um terço do mês ainda estava em vigor a tarifa antiga. Assim, parte do reajuste deve ser percebida somente em agosto.

Pela medição do IBGE, a energia elétrica em Curitiba e região ficou 3,59% mais cara em julho. Também pressionaram a inflação curitibana os aumentos nos preços de alimentos (0,15%) e combustíveis – o litro da gasolina subiu 1,03% e o do etanol, 0,90%.

Um dos itens que ajudou a segurar a inflação em Curitiba foi a queda nas tarifas de ônibus. Em 1.º de julho, a tarifa da Rede Integrada de Transporte (RIT) – que abrange a capital e parte da região metropolitana – recuou 5,26%, de R$ 2,85 para R$ 2,70. O IBGE capturou uma queda mais suave: segundo o instituto, o custo médio do ônibus urbano na Grande Curitiba baixou 2,69% no mês.

À exceção de Porto Alegre, onde a queda foi de 1,4%, as outras cinco capitais que baratearam o transporte coletivo tiveram deflação mais forte que a de Curitiba no ônibus urbano, com recuos variando entre 2,91%, no Recife, e 4,93%, em Goiânia.

Grupos

Segundo o IBGE, Curitiba teve inflação mais alta (ou deflação mais suave) que a média nacional em oito dos nove grupos de despesas monitorados pelo IBGE. A exceção foram os gastos com comunicação, que na capital paranaense recuaram 0,05% e, em todo o país, subiram 0,2% em julho.

Nos últimos 12 meses, a inflação curitibana foi de 6,23%, pouco abaixo do índice nacional (6,27%). As maiores altas de preço da região metropolitana nesse período foram as de vestuário, com aumento de 11,10%, e alimentação e bebidas (10,18%). Os reajustes mais leves foram os de comunicação (0,92%) e transportes (1,32%).

Índice nacional é o mais baixo em três anos

Agência Estado

A variação do IPCA nacional, de 0,03%, foi a menor desde julho de 2010 (0,1%). O índice, que fez o acumulado em 12 meses recuar de 6,7% (acima do teto da meta) para 6,27% (dentro da meta) não surpreendeu analistas.

"Esse cenário de alívio é temporário. A leitura de julho vai ser a menor taxa mensal observada no ano e a perspectiva para agosto é de aceleração", disse o estrategista-chefe do Santander Asset Management, Ricardo Denadai.

Apesar do ritmo menor da inflação, persistem as incertezas quanto à taxa de câmbio e seu repasse aos preços, na avaliação da economista Zeina Latit, sócia-diretora da Gibraltar Consulting.

Ela vê o resultado de julho como insuficiente para definir os próximos passos do Banco Central em relação à taxa de juros. "Temos ainda um caminhão de ajuste do câmbio. Não sabemos se o repasse vai ser baixo por causa da fraca atividade e nem se vai ser alto por causa da deterioração das expectativas", afirmou.

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