Mantega vê aumento nos próximos meses
Das agências
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem em Brasília que o resultado do IPCA próximo de zero "significa que a inflação sempre esteve sob controle".
Em Varginha (MG), a presidente Dilma Rousseff afirmou algo parecido: que a inflação no Brasil está "completamente" sob controle e que o "estardalhaço" de opositores de seu governo sobre aumento descontrolado de preços foi negado pelos dados oficiais.
O ministro, no entanto, ressaltou que é comum a variação de preços ser baixa nessa época do ano, e avisou que a inflação deve voltar a subir nos próximos meses, o que também é típico do período.
"Já estou antecipando aqui antes que alguém diga: ah, a inflação vai voltar. Claro, a inflação tem uma sazonalidade e ela está tendo um comportamento normal agora no país", destacou Mantega. Questionado se o IPCA deste ano será menor que o de 2012 (5,84%), o ministro disse: "Não sei, provavelmente sim".
VAIVÉM da energia
O aumento anual aplicado pela Copel, de 8,77%, foi mais suave que o autorizado inicialmente pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o órgão regulador havia liberado um índice de até 13,44% para as tarifas residenciais. Em um primeiro momento, o governador Beto Richa vetou qualquer reajuste. Depois, ele e a estatal optaram por um meio termo. O porcentual que a Copel não repassou neste ano, no entanto, poderá ser aplicado em 2014.
Sob impacto do reajuste na tarifa de energia elétrica da Copel, a Grande Curitiba registrou a maior inflação do país em julho, dentre as 11 capitais e regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE. Os preços de produtos e serviços na Grande Curitiba subiram em média 0,48% no mês passado, muito acima da média nacional, que registrou avanço de apenas 0,03%.
INFOGRÁFICO: Inflação em Curitiba foi maior que a média nacional
Em 9 de julho, a Copel anunciou um reajuste de 8,77% nas tarifas residenciais de energia, mas esse porcentual ainda não apareceu na íntegra para os consumidores, pois em quase um terço do mês ainda estava em vigor a tarifa antiga. Assim, parte do reajuste deve ser percebida somente em agosto.
Pela medição do IBGE, a energia elétrica em Curitiba e região ficou 3,59% mais cara em julho. Também pressionaram a inflação curitibana os aumentos nos preços de alimentos (0,15%) e combustíveis o litro da gasolina subiu 1,03% e o do etanol, 0,90%.
Um dos itens que ajudou a segurar a inflação em Curitiba foi a queda nas tarifas de ônibus. Em 1.º de julho, a tarifa da Rede Integrada de Transporte (RIT) que abrange a capital e parte da região metropolitana recuou 5,26%, de R$ 2,85 para R$ 2,70. O IBGE capturou uma queda mais suave: segundo o instituto, o custo médio do ônibus urbano na Grande Curitiba baixou 2,69% no mês.
À exceção de Porto Alegre, onde a queda foi de 1,4%, as outras cinco capitais que baratearam o transporte coletivo tiveram deflação mais forte que a de Curitiba no ônibus urbano, com recuos variando entre 2,91%, no Recife, e 4,93%, em Goiânia.
Grupos
Segundo o IBGE, Curitiba teve inflação mais alta (ou deflação mais suave) que a média nacional em oito dos nove grupos de despesas monitorados pelo IBGE. A exceção foram os gastos com comunicação, que na capital paranaense recuaram 0,05% e, em todo o país, subiram 0,2% em julho.
Nos últimos 12 meses, a inflação curitibana foi de 6,23%, pouco abaixo do índice nacional (6,27%). As maiores altas de preço da região metropolitana nesse período foram as de vestuário, com aumento de 11,10%, e alimentação e bebidas (10,18%). Os reajustes mais leves foram os de comunicação (0,92%) e transportes (1,32%).
Índice nacional é o mais baixo em três anos
Agência Estado
A variação do IPCA nacional, de 0,03%, foi a menor desde julho de 2010 (0,1%). O índice, que fez o acumulado em 12 meses recuar de 6,7% (acima do teto da meta) para 6,27% (dentro da meta) não surpreendeu analistas.
"Esse cenário de alívio é temporário. A leitura de julho vai ser a menor taxa mensal observada no ano e a perspectiva para agosto é de aceleração", disse o estrategista-chefe do Santander Asset Management, Ricardo Denadai.
Apesar do ritmo menor da inflação, persistem as incertezas quanto à taxa de câmbio e seu repasse aos preços, na avaliação da economista Zeina Latit, sócia-diretora da Gibraltar Consulting.
Ela vê o resultado de julho como insuficiente para definir os próximos passos do Banco Central em relação à taxa de juros. "Temos ainda um caminhão de ajuste do câmbio. Não sabemos se o repasse vai ser baixo por causa da fraca atividade e nem se vai ser alto por causa da deterioração das expectativas", afirmou.
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