A alta na taxa nacional de desemprego, medida anualmente pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), deve ser vista como algo pontual e localizado na Região Norte, afirmou nesta quinta-feira (18), a presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Wasmália Bivar. O instituto informou hoje que a taxa de desemprego nacional ficou em 6,5% em 2013, acima dos 6,1% registrados em 2012, a primeira alta desde 2009, quando a economia ainda sofria os piores efeitos da crise mundial de 2008.
"Continua sendo a segunda menor taxa desde 2001. Ainda é uma taxa de desocupação bastante baixa para o que é o padrão da Pnad. Dizer que houve encolhimento do mercado de trabalho é exagero", afirmou Wasmália, ao fim da divulgação da Pnad 2013, no Rio.
Embora a taxa do ano passado ainda esteja abaixo da de 2011 (6 7%), foi quebrada a sequência de recordes de baixas. A taxa de desemprego anual subiu de 2012 para 2013 porque o número de desempregados avançou mais do que o número de empregados e mais do que o da população em idade ativa (PIA, o total de pessoas com mais de 15 anos).
Para Wasmália, é importante também olhar para a taxa mensal de desemprego, medida pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que pesquisa seis regiões metropolitanas, e não todo o País, como a Pnad. A presidente do IBGE chamou atenção ainda para questões metodológicas da Pnad, como o fato de coletar informações em apenas um período por ano - no caso da pesquisa divulgada nesta quinta-feira, a última semana de setembro de 2013.
"Temos outras pesquisas que acompanham a desocupação que mostram uma tendência de queda", disse Wasmália. A presidente do IBGE destacou ainda pontos positivos como o aumento da formalização do trabalho, da renda e da escolaridade da mão de obra.