Curitiba – O aumento no preço dos seguros de automóveis fez o setor perder clientes no ano passado. A participação dos carros segurados na frota total do Paraná, que historicamente oscilava na casa dos 20%, caiu para 17%. Em 2004, de um total de 3.182.172 veículos circulando no Paraná, somente 544.358 possuíam seguro, segundo revela o balanço mais recente do Sindicato das Seguradoras do Paraná (Sindiseg/PR) com base no Autoseg, banco de dados consolidados da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

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Em 2003, a frota segurada no Paraná era de 580.754 veículos, ou 6,7% a mais do que a verificada um ano depois. Em 2005, repete-se o mesmo quadro de 2004. Ou seja, o preço do seguro continua fazendo com que muitos clientes desistam de renovar seus seguros.

A causa para a retração na carteira das seguradoras está associada à falta de renovação das apólices pelos proprietários de veículos com mais de três anos de uso. Nem mesmo o aumento de 19,84% nas vendas de carros zero quilômetro contabilizado no estado em 2004 foi suficiente para manter o nível de aquisição de seguros.

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Segundo o diretor do Sindiseg/PR, Ramiro Fernandes Dias, o que se observa desde o ano passado é uma saída maior de veículos que já estavam no sistema segurador do que aqueles que entraram via primeira apólice. De acordo com ele, o fator principal da fuga dos segurados está associado ao preço do seguro, que registrou uma elevação média de 10%. "Esta majoração ocorreu pelo aumento do valor do próprio bem segurado, que afeta o cálculo da apólice, e também pela quantidade de sinistros registrados no estado, um fator que é contabilizado pelas seguradoras para manter o equilíbrio financeiro da carteira", explica.

O advogado Cristian Martins deixou de renovar há um ano o seguro do seu automóvel Vectra, ano 1997, devido ao aumento de 200% estipulado pela seguradora. Há dez anos ele renovava anualmente o seguro do seu veículo. "Em 2003 paguei R$ 1 mil pelo seguro do meu carro. Um ano depois, o seguro subiu para R$ 3 mil. Pesquisei o preço em outras seguradoras, mas a operação se tornou inviável", conta. "Agora estou tomando outros cuidados, como somente parar o carro em estacionamento ou em locais seguros", destaca Martins.

De acordo com o advogado, o seguro não pode passar de 6% do valor do bem. No seu caso, as empresas estavam cobrando 20% sobre o preço do carro. "Com estes porcentuais, em cinco anos, o proprietário do veículo acaba pagando à seguradora o valor total do bem", alerta Martins.

Segundo diretor do Sindiseg, Curitiba tem uma frota grande de veículos importados, bem acima de outras capitais. "Como o seguro do veículo importado é maior, muitas pessoas não estão renovando o seguro. Também não está sendo renovado o seguro do carro que foi dado como entrada na concessionária para a compra de um novo", diz.