À saída de uma reunião com o vice-presidente, Michel Temer, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não quis antecipar as manobras do governo em relação à meta fiscal.
Nesta segunda, 19, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou que, até o fim desta semana o Executivo tomará uma decisão sobre as medidas que precisarão ser tomadas para cumprir a meta.
Segundo Levy, o governo está “preparando muitas coisas boas” e é preciso analisar o impacto que as medidas terão sobre a própria dívida.
“Nós temos que olhar as perspectivas fiscais dentro de um objetivo de sustentabilidade. E a gente tem que entender todas as repercussões do que está acontecendo este ano e do esforço que a gente vai ter que fazer ano que vem” disse o ministro da Fazenda.
Sem mais detalhes
Por outro lado, Wagner não mencionou se o governo irá rever o resultado para 2015 ou se irá elevar os abatimentos previstos.
“Vai ter que sair uma mensagem nesse sentido”, disse ao ser questionado sobre a decisão que o governo tomará. Junto com os ministros Levy e Nelson Barbosa, do Planejamento, Wagner faz parte da junta orçamentária.
Após se reunir com Temer, presidente em exercício, o dirigente da Casa Civil afirmou que o objetivo maior neste momento é “fazer a pauta da economia andar”.
Segundo ele, entre as prioridades está a aprovação da Desvinculação de Receitas da União (DRU), mesmo que valendo até 2016, e a nomeação de um relator para o projeto que recria a CPMF.
“Nossa pauta é a economia, a gente precisa andar com ela”, afirmou o ministro.
Pressões políticas
Em meio à pressão sobre o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Wagner ressaltou que o Congresso e o Judiciário estão fazendo sua parte, mas reconheceu que os imbróglios políticos “criam um clima”.
Ele frisou, no entanto, que ambiente político é calmo. “Esta não é uma questão de governo”, ressaltou.
Ainda segundo o chefe da Casa Civil, durante a reunião com Temer foram discutidas as sanções que deverão ser feitas esta semana por ele, já que a presidente Dilma Rousseff está em viagem oficial à Finlândia.
Na semana passada, a Agência Estado antecipou a dificuldade do governo de cumprir a modesta meta para as contas públicas neste ano.
Para mudar a meta ou rever o abatimento, o governo precisará mexer no projeto de lei enviado ao Congresso, que prevê a redução da meta para 0,15% do PIB. O texto está parado na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso.