O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), a entidade financeira multinacional criada pelos cinco países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), começou a operar nesta terça-feira (21) em Xangai.

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A nova instituição, em princípio chamada de Banco de Desenvolvimento do Brics, foi concebida como uma alternativa desses países ao Banco Mundial (BM) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), “dominados pelos Estados Unidos”, explica o diretor do NBD, o indiano Kundapur Vaman Kamath.

O ministro de Finanças da China, Lou Jiwei, o prefeito de Xangai, Yang Xiong, e o próprio Kamath celebraram hoje a abertura formal da instituição em um hotel da capital financeira do país, de acordo com a agência oficial de notícias chinesa “Xinhua”.

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O banco pretende financiar uma maior cooperação entre os cinco países, que somam 41,4% da população mundial e mais de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do planeta. E, ao contrário do BM, que determina os votos conforme a participação de capital de cada membro, o NBD permitirá um voto por país, sem previsão de vetos.

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A entrada em funcionamento do banco ocorre pouco depois da sétima cúpula do Brics, realizada em Ufa, na Rússia, no início deste mês.

A criação da nova entidade e de um acordo de reservas de contingências com um fundo de US$ 100 bilhões (US$ 41 bilhões deles garantidos pela China) para reagir às possíveis “contingências” inesperadas, desafia assim o controle e a influência dos Estados Unidos sobre as finanças mundiais.

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Os dois principais órgãos financeiros internacionais, o BM e o FMI, nasceram após os acordos da conferência de Bretton Woods, em New Hampshire (EUA), no ano de 1944.

Agora, os cinco países fundadores do NBD tratam de dar seus primeiros passos compartilhando uma parte da responsabilidade da nova entidade financeira mundial.

O banco terá sua sede central na China, em Xangai, um presidente indiano, um diretor brasileiro e a autoridade da entidade na Rússia, enquanto um escritório regional será estabelecido na África do Sul.

Contudo, a abundância de órgãos de desenvolvimento regionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) ou seus equivalentes na Ásia e na África, levantou dúvidas em alguns analistas se era necessário uma entidade financeira para os Brics.

Para a Rússia, anfitriã da cúpula de Ufa, e com relações cada vez piores com a Europa pela crise da Ucrânia, pode representar um mecanismo para fortalecer sua influência geopolítica, como revelou através do convite há alguns meses para que a Grécia se somasse ao NBD. A ideia, porém, parece não ser apoiada pelos demais países-membros.

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Já para a China, espera-se que a sede do NBD em Xangai fortaleça o peso da cidade como um centro financeiro mundial.