Reduções
Itaú e Santander cortam taxas de fundos
Os bancos Itaú e Santander anunciaram uma redução nas taxas de administração de fundos de investimento e do valor mínimo exigido para aplicações, acompanhando os cortes feitos por Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e, mais recentemente, Bradesco.
No Santander, as reduções já valiam a partir de ontem. O banco reduziu as taxas de administração de três fundos de investimento: o Extra Plus DI (de 3% para 2% ao ano), o Recompensa Max (de 1,9% para 1% ao ano) e o Fundo Liquidez Simples (de 3% para 2,5% ao ano). Quatro dos fundos oferecidos pelos bancos terão a aplicação mínima reduzida. O valor cairá de R$ 1.000 para R$ 100 nos fundos Sênior DI, Supremo DI e Sênior RF. No TOP RF, passará de R$ 100 para R$ 1. O presidente do Santander Brasil, Marcial Portela, justificou as medidas como uma "forma de estimular o crescimento do país".
No caso do Itaú, as taxas de administração de fundos de investimento de renda fixa e DI serão reduzidas a partir do dia 1º de junho. A taxa anual de administração do Uniclass DI, por exemplo, passará de 2,3% ao ano para 2%. Já os fundos Uniclass Renda Fixa e Maxi DI passarão de 1,75% para 1,60% ao ano. Os valores mínimos para aplicação em fundos passarão, no caso do fundo Super DI, de R$ 500 para R$ 100. Outros fundos também tiveram reduções na aplicação mínima que chegam a 50%. Em nota, o banco ressaltou o comprometimento com o "crescimento econômico positivo do país" e que já estava se preparando para a redução "há algum tempo".
Com a recente alteração nos rendimentos da poupança, o investidor vai ter que procurar novas opções para obter ganhos iguais ou superiores à antiga taxa. Existem alternativas que podem proporcionar receitas similares, mas é preciso atentar ao risco e às taxas de manutenção e tributação para não sofrer prejuízos. No Banco do Brasil já é possível encontrar fundos com aporte mínimo de R$ 1 e R$ 10 e taxas de administração de 1%.
Os títulos públicos são uma opção com maior segurança, mas é importante atentar ao prazo de pagamento e às taxas incidentes. A tributação do Imposto de Renda (IR) é feita de forma regressiva, diminuindo ao longo dos anos até o limite de 15% sobre o valor recebido. Para o professor de finanças da Isae/FGV Marco Cunha, ter o governo como credor reduz consideravelmente os riscos. "Os ganhos são de em média 5% acima da inflação, valor superior até ao da caderneta antiga, e com risco muito baixo", afirma.
Outra opção é investir em fundos de renda fixa, como os Certificados de Depósito Bancário (CDBs), que são uma espécie de empréstimo feito ao banco. O valor é devolvido após certo intervalo de tempo, acrescido de juros. Cunha ressalta que o Fundo Garantidor de Crédito assegura o pagamento de até R$ 70 mil caso a instituição não honre seus compromissos. "Mesmo com a proteção, o risco é maior, e também deve-se atentar à taxa de administração", diz. É importante analisar as opções antes de aplicar, pois os rendimentos podem variar entre 80% e 105% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI, a taxa de referência para essas transações, que costuma ficar bem próxima da Selic).
Os fundos imobiliários são uma alternativa em que não há incidência de IR e os efeitos da inflação são reduzidos. O professor de economia da PUCPR Breno Lemos explica que nessa modalidade adquirem-se cotas de imóveis e a receita obtida através de aluguéis é distribuída entre os cotistas. "O risco nessa operação é o de desvalorização do imóvel, mas o ganho líquido oscila entre 90% e 100% do CDI", comenta. Ele recomenda que o fundo seja escolhido com atenção, e a carteira seja diversificada, para que o risco seja menor.
O mercado acionário é outra fonte de ganhos maiores, mas é preciso estar disposto a se arriscar. Para o professor do Laboratório de Finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA), Ricardo Almeida, em geral os poupadores preferem outras alternativas, como os fundos multimercado. "Quem escolheu a poupança prefere correr menos risco e na hora de procurar outras opções essa postura conservadora se mantém", comenta. Ele afirma que fundos multimercado com renda fixa e baixa alavancagem tendem a ser mais seguros.
Para todas as opções é recomendada uma análise criteriosa antes de tomar a decisão. Lemos destaca que o investidor agora precisa se qualificar mais e ter consciência sobre o risco de cada opção. "A festa dos rentistas acabou, e agora é preciso estudar muito bem o mercado para não sofrer prejuízos". Ele também comenta que é importante prestar atenção aos detalhes, pois de um modo geral o mercado financeiro ainda é muito complexo.
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