Oferta é baixa quando há muitos eventos
Segundo o IBGE, os 242 estabelecimentos da rede hoteleira de Curitiba têm 12.780 unidades habitacionais, com 19.083 leitos, que correspondem a 5,1% dos 373.673 leitos do país. Para a Copa do Mundo, a Fifa exige uma disponibilidade de quartos superior a 30% da capacidade do estádio em um raio de 150 quilômetros a partir da praça esportiva. Como o projeto para a Arena da Baixada prevê 41 mil lugares, a rede hoteleira da região terá de oferecer 12,3 mil vagas para torcedores, imprensa e organizadores.
Para o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Curitiba (Sindotel), Marco Antônio Fatuch, a estrutura hoteleira é adequada e a demanda de turistas vai depender das seleções que terão jogos na capital. Ele aposta que seleções europeias trarão mais turistas.
Alexandre Mota, da consultoria de investimentos hoteleiros BSH, afirma que a ocupação hoteleira em Curitiba ainda não é motivo de preocupação. Ele cita uma pesquisa do Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), que mostra que o nível de ocupação dos leitos em Curitiba é de 61%. "É um bom nível, mas não é como em São Paulo ou Rio de Janeiro, onde as taxas passam de 80%."
Apesar de a oferta de leitos superar a demanda média da cidade, Curitiba tem períodos críticos, principalmente quando há uma concentração de eventos de grande porte. Foi o que ocorreu em novembro passado, quando Curitiba sediou a 21.ª Conferência Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O evento teve 7 mil participantes, dos quais mais de 3,6 mil de fora da cidade.
O mês de novembro já é um dos mais aquecidos para eventos na capital e por isso todos os hotéis das bandeiras Íbis, Mercure, Slaviero e mais cinco estabelecimentos próximos ao Centro estavam lotados durante a conferência. Para Mota, são essas situações, mesmo que pontuais, que devem gerar alguma mudança no setor. "Com a economia aquecida e Curitiba se colocando como centro de negócios e eventos, é preciso que haja mais investimentos. A demanda vai ditar o ritmo do aumento no número de leitos", aposta.
Quem viaja a Curitiba e precisa de hospedagem tem mais chances de encontrar estabelecimentos que oferecem médio ou baixo grau de conforto e qualidade de serviços. Pesquisa divulgada ontem revelou que 78,9% dos 242 estabelecimentos de hospedagem da capital paranaense têm esse padrão de qualidade. Na média nacional, o porcentual é ainda maior: 85,5% dos 5.036 estabelecimentos pesquisados têm média ou baixa qualidade e conforto.
Os dados estão na Pesquisa de Serviços de Hospedagem 2011, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa foi encomendada pelo Ministério do Turismo e visa a identificar deficiências na rede hoteleira e oportunidades para o setor, diante da perspectiva do aumento do turismo graças a eventos como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
"Há espaço para aumentar e melhorar. Algumas capitais já estão tomando iniciativa de ampliar essa capacidade. Brasília implodiu alguns hotéis, reduziu a sua capacidade atual para ampliar em seguida. São investimentos que a pesquisa não vê agora", ressaltou a presidente do IBGE, Wasmália Bivar.
Mudanças
Em Curitiba, a construção de novos hotéis para a Copa é uma possibilidade remota. A tendência é de que haja uma "recauchutagem estrutural". Para Dário Paixão, presidente do Curitiba Convention & Visitors Bureau (CCVB), o papel da capital na competição é pequeno, já que a cidade vai receber jogos apenas na primeira fase. Assim, qualquer ampliação estrutural estaria fadada à ociosidade em seguida, avalia.
Para Paixão, a capital deve tentar minimizar três problemas da rede hoteleira: higiene, tecnologia e acessibilidade. "Ainda não temos funcionários bem capacitados para receber estrangeiros e os hotéis não estão tão bem equipados como deveriam, especialmente em relação a internet de alta velocidade. Quanto à acessibilidade, há muitos problemas", diz.
O diretor do Alta Reggia Plaza Hotel, Paulo Iglesias, também acredita que a estrutura de hospedagem de Curitiba é suficiente, mas não descarta uma renovação. "Temos muitos hotéis novos e bons. Mas, como a concorrência é grande, os estabelecimentos mais antigos devem se reinventar."
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