Em salas e lojas, locação é mais acessível
Se o preço dobrou nos imóveis corporativos, nas salas comerciais, lojas e barracões o valor do aluguel permanece estável desde 2010. O valor do metro quadrado por mês de imóveis comerciais custou, em média, R$ 17,22 no ano passado, de acordo com o balanço do Sindicato da Habitação e Condomínios no Paraná (Secovi-PR).
"O mercado dos corporativos é muito diferente da locação comercial como um todo, porque é um nicho bem específico", explica Luiz Valdir Nardelli, vice-presidente do Secovi-PR. Ele afirma que a oferta e o preço do aluguel de lojas, salas comerciais e barracões se mantém estável há cerca de três anos e que o preço está condizente com a realidade local. "Depois da euforia do mercado, vemos que os preços se ajustam e não estão defasados. Temos que ponderar que a oferta também aumentou", aponta.
O número de unidades comerciais concluídas em Curitiba, de acordo com dados da Ademi-PR, chega a 650 por ano. Para Gustavo Selig, presidente da entidade, ainda há espaço para novas salas comerciais. "As salas pequenas e lojas em galerias tem bastante procura. É um setor atrativo", afirma.
A estimativa da Ademi-PR é que, em 2013, o número de unidades comerciais lançadas cresçam de 10 a 12%. "Esses lançamentos estão concentrados no centro, mas também há necessidade de salas comerciais nos bairros mais afastados", indica.
R$ 61,80
é o valor do metro quadrado/mês de imóveis corporativos em Curitiba. Em São Paulo e no Rio, os preços são mais que o dobro disso: R$ 136 e R$ 128, respectivamente.
O valor do aluguel de imóveis corporativos de alto padrão em Curitiba subiu 61% no ano passado. A capital paranaense teve o maior reajuste entre oito capitais pesquisadas. O metro quadrado/mês, alugado por R$ 38,40 até 2011, chegou a R$ 61,80 no fim do ano passado, de acordo com um levantamento da Cushman & Wakefield.
A principal razão para a alta foi a defasagem do período em que Curitiba não recebeu novos empreendimentos desse tipo. Eles voltaram a ser construídos e, na hora da entrega, o valor foi atualizado. "A atividade construtiva em Curitiba esteve bem lenta. Com os lançamentos e a entrega de unidades a partir de 2009, aconteceu a elevação do preço", diz Mariana Hanania, gerente de pesquisa de pesquisa de mercado da Cushman & Wakefield.
A cidade com o aluguel corporativo mais alto do país é São Paulo, seguida pelo Rio de Janeiro. Os preços nas duas capitais atingiram, em 2012, R$ 136 e R$ 128 o metro quadrado/mês, respectivamente.
Futuro
A previsão é que o preço do aluguel corporativo em Curitiba se estabilize. "A estimativa é de pequena elevação, mas não tão significativa como foi verificada entre 2011 e 2012", afirma.
A falta de lançamentos corporativos e a geração de oportunidades crescentes nessa área também são indicadas por Gustavo Selig como explicações para a escalada do preço do aluguel. "Com as novas unidades sendo entregues, houve uma correção da distorção que era o preço do metro quadrado", avalia o presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário no Paraná (Ademi-PR).
O padrão dos edifícios corporativos influencia no preço. "São construções com ferramentas de eficiência energética, geralmente tem certificação de qualidade. São ambientes estruturados e com tecnologia", enumera.
A taxa de vacância dos imóveis também é pequena com relação a outras capitais analisadas. Em média, 12,5% dos corporativos ficam vagos no período de 12 meses. Em Curitiba, a taxa é de 0,6%. "Isso contribui para a valorização do preço", explica Mariana.
Atratividade
Os preços de Curitiba, embora tenham crescido, ainda são menores que os de outras cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Salvador. "A cidade continua atrativa para as empresas. Além do preço, a localização, perto do porto de Paranaguá e de rodovias, é interessante para o ambiente corporativo", diz Selig.
Demanda alta surpreende incorporadora
O Grupo Noster é o incorporador da torre corporativa do Neo Super Quadra, empreendimento que fica no Centro Cívico. A previsão de entrega do edifício de lajes corporativas do alto padrão é o final desse mês. Uma das acionistas do grupo, Ana Iria Gulin Vianna, conta que a procura pelos espaços surpreendeu de forma positiva a empresa, que será a administradora do local.
A opção por manter o prédio e alugá-lo foi a possibilidade de aumentar os lucros. "As grandes empresas não querem imobilizar tanto capital na compra de um espaço próprio, por isso, preferem o aluguel", comenta.
O edifício corporativo do Neo Super Quadra se encaixa no perfil dos empreendimentos tecnológicos e com certificação ambiental, outros dois atrativos para as empresas.
"O espaço é flexível, pode ser adaptado às necessidades do cliente. Oferecemos piso elevado, forro modular, luminárias de alto rendimento, ar-condicionado econômico, reuso da água da chuva, além do uso de materiais certificados na construção", defende Ana Iria.
A acionista não revela o preço que está sendo negociado pelo aluguel das lajes corporativas. "Isso vai depender do acabamento que o cliente vai escolher. Mas estamos seguindo os preços praticados no mercado", garante. Já foram assinados quatro contratos de locação para o empreendimento.
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