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Logística

Aluguel de galpões terá ano morno

Rodrigo Demeterco, presidente da Capital Realty: esperança de crescimento nos próximos anos | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
Rodrigo Demeterco, presidente da Capital Realty: esperança de crescimento nos próximos anos (Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo)

A chegada de novos empreendimentos ao mercado e o ritmo mais lento das operações logísticas em larga escala devem manter o mercado de galpões para locação frio até o ano que vem. Por enquanto, as estimativas do mercado são de que os estabelecimentos estejam com uma vacância média próxima dos 20% da capacidade em Curitiba.

O mercado está em baixa depois do boom de lançamentos de grandes empreendimentos e condomínios logísticos. O cenário, que até poucos anos era de grande procura e poucos estabelecimentos para absorção, agora passa por um excesso de oferta de espaços. "A demanda deu uma retraída. Por consequência, a velocidade de absorção dos empreendimentos caiu também", explica o diretor da Cushman & Wakefield, que faz levantamentos dos espaços no país, Mario Sergio Gurgueira.

O lançamento de uma série de empreendimentos que ainda não foram absorvidos pelo mercado também é um fator apontado para o cenário em baixa. "Muitos estabelecimentos projetados em 2011 ou 2012 tiveram seus lançamentos feitos nos últimos meses. Leva um tempo para que eles decolem", afirma o membro do conselho de infraestrutura e logística da MV Consultoria, Sebastião Almagro.

Diante deste cenário, a estimativa da Cushman & Wakefield é de que 17% dos espaços dos galpões terceirizados estejam sem uso na cidade. A utilização abaixo da média também é reflexo do baixo crescimento nas operações industriais. "Uma fábrica normalmente já conta com seus centros de distribuição próprios ou que sempre utiliza. Estes empreendimentos novos estão aí para absorver o aumento de produção e vendas", afirma o economista especialista em logística Carlo Muraro.

Ano parado

Com a perspectiva pouco otimista, os administradores dos empreendimentos admitem que os novos galpões só passem a operar com movimentação mais intensa no ano que vem. "Estamos com uma série de prospecções, mas sabemos que os negócios neste ano estão um pouco mais lentos", afirma o presidente da Capital Realty, responsável pela implantação de um recém-inaugurado condomínio logístico em Campina Grande do Sul, Rodrigo Demeterco.

Mesmo assim, a expectativa é de que o setor volte a crescer intensamente nos anos seguintes. Segundo Demeterco, o seu empreendimento tem mais outras seis fases a serem lançadas nos próximos cinco anos.

Novos espaços apostam em exclusividade

Com a demanda enfraquecida, os novos empreendimentos estão apostando em serviços exclusivos para atrair os grandes clientes industriais. Os armazéns chamados de "classe A" oferecem pisos especiais, postos de gasolina exclusivos e alojamentos para buscar usuários. "Com uma demanda abaixo da oferta, os preços tiveram que se ajustar à nova realidade, mas serviços diferentes podem segurar estes valores", afirma o economista especialista em logística Carlo Muraro.

Segundo o presidente da Capital Realty, Rodrigo Demeterco, os novos empreendimentos apresentam um perfil tecnológico e operacional mais eficiente que os armazéns existentes. "É uma questão de evolução do mercado. Os novos galpões tendem a ser mais modernos, até como forma de atrair os clientes que já estão estabelecidos nos armazéns mais antigos e precisam otimizar a operação", afirma.

Com a onda de lançamentos, a Capital Realty estima que os empreendimentos classe A já representem 13% de toda a área de aluguel para operações logísticas em Curitiba e região metropolitana. Dentro deste conceito, as empresas passaram a oferecer, juntamente do aluguel do galpão, restaurantes, dormitórios, vestiários e postos de gasolina exclusivos para os caminhoneiros que trabalham nos transportes destas cargas.

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