A Amazon e a Procter & Gamble (P&G) querem estimular o consumo entre seus clientes mesmo quando estiverem no toalete, revelou nesta quarta-feira o site CNN/Money. As duas companhias se uniram numa campanha, que incluiu a colocação de cartazes nas cabines de banheiros públicos em várias cidades dos Estados Unidos. Os anúncios mostram cupons de produtos da P&G, com códigos de barra, que podem ser escaneados com o smartphone do consumidor em potencial por meio de um aplicativo da Amazon.

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Entre os itens à venda, estão produtos para banheiros, como os megarrolos e rolos duplos de papel higiênico Charmin, e lenços perfumados para bebê, com desconto de US$ 2. Também há ofertas para pasta de dente Crest, com descontos de US$ 7, e aromatizante Febreze, com desconte de US$ 0,50. Também é possível adquirir papéis toalha e pilhas.

A campanha conclama os usuários de banheiro a "sentar, comprar e economizar" (em inglês, a repetição rápida dos três verbos — sit, shop and save — cria uma cacofonia repleta de insinuações sonoras).

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Uma pesquisa realizada pela Charmin revelou que um terço dos americanos afirmam que gostariam de se sentirem produtivos enquanto estão no banheiro. Das pessoas que compraram itens enquanto estavam no toalete, 13% adquiriram itens para a casa. Porém, mais da metade disseram que iriam comprar alguma coisa enquanto estivessem no banheiro se lhes fossem oferecidos descontos, por comprarem enquanto atendiam ao chamado da natureza.

Os cartazes da campanha vão ser colocados em baias de banheiros selecionados em Los Angeles, Nova York, Filadélfia e Seattle.

Ida ao banheiro gera punição

No entanto, no caso dos empregados da fabricante de torneiras WaterSaver Faucet, de Chicago, pode ser que não haja tempo para fazer compras enquanto estiverem no trono. Isso porque a companhia estipulou um limite de seis minutos diários para o uso do toalete. Após esse prazo, o funcionário fica sujeito a medidas disciplinares, revelou nesta quarta-feira o site da CNN/Money.

Segundo uma queixa apresentada pelo sindicato desses empregados ao Comitê Nacional de Relações de Trabalho (NLRB, na sigla em inglês), a companhia está cronometrando a ida dos empregados ao banheiro e alertando que eles não podem ultrapassar o limite estipulado. Segundo o sindicato, 19 funcionários já foram disciplinados em junho por "uso excessivo" dos toaletes.

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O Departamento de Recursos Humanos da companhia considera como "uso excessivo do banheiro 60 minutos ou mais num prazo de dez dias", segundo documento da empresa. Considerado em termos diários o limite chega a seis minutos. A controvérsia remonta ao início do ano, quando a WaterSaver instalou sistemas de cartões eletrônicos nos banheiros do chão de fábrica.

Segundo a companhia, a medida foi adotada porque alguns empregados estavam abusando do tempo passado no banheiro, o que estaria afetando a linha de montagem. De acordo com Steve Kersten, diretor-executivo da WaterSaver, em maio foram perdidas 120 horas de produção devido às paralisações para ida ao banheiro. Ele acrescentou que, até agora, ninguém foi suspenso ou demitido, embora a empresa tenha feito advertências. A companhia tem três estágios disciplinares, começando com advertência verbal ou escrita, que pode levar à suspensão e, finalmente, à demissão. Para o sindicato, monitorar o tempo de ida ao banheiro viola o direto à privacidade do empregado.