Amazon pode tornar obsoleta a venda avulsa de livros digitais| Foto: Uwe Zucchi/EFE

Negócio

Empresa vai começar a vender artigos impressos em sua loja na internet

Um ano e meio após lançar a versão brasileira de sua loja on-line vendendo apenas livros eletrônicos – algo que nunca tinha feito antes no mundo –, a Amazon está prestes a começar a vender artigos em papel no país. Segundo fontes do mercado editorial, a venda deve começar até o fim de agosto. Como de costume, porém, a Amazon ainda não informou a data precisa às empresas do setor. Os contratos com as grandes editoras começaram a ser assinados no início do ano. No momento, a companhia conclui acordos com algumas editoras de médio porte. Já as menores estão fechando contratos com distribuidoras para incluir suas obras no catálogo.

Segundo as fontes, que pediram para não serem identificadas, o centro de distribuição da companhia fica localizado em Alphaville (SP) e é operado pela Luft, firma de logística. Procurado, o gerente comercial da Luft, Christian Telles, não quis comentar a informação. Para realizar a entrega aos clientes, a Amazon deve usar o serviço de outras empresas e dos Correios. Algumas editoras já enviaram lotes de livros para comercialização e outras ainda estão enviando.

Hoje, brasileiros podem comprar livros em papel nos sites da Amazon em outros países, mas a entrega costuma levar meses. Procurada, a Amazon disse que " não comenta sobre rumores."

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Sete anos após se estabelecer como força hegemônica dos e-books, a Amazon acaba de lançar um produto que pode tornar obsoleta a venda avulsa de livros digitais – mas não sem antes aprofundar a já tensa relação com editoras. É o Kindle Unlimited – uma espécie de Netflix dos livros. O usuário paga US$ 9,99 por mês e pode acessar quantos livros quiser.

O preço chamou atenção, já que é comum um único exemplar de e-book custar mais que isso no site. Por enquanto, o serviço só está disponível nos Estados Unidos, mas qualquer cliente que se registre no site como americano pode assiná-lo.

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O catálogo tem 600 mil livros, incluindo 2 mil em áudio, mas os consumidores sentirão falta de vários best-sellers: as cinco maiores editoras dos EUA – que travam uma guerra contra a Amazon e já foram acusadas de formar cartel com a Apple para combatê-la – não aceitaram participar. Embora não tenham se posicionado oficialmente, elas temem que o novo modelo dê ainda mais poder à Amazon sobre o preço das obras.

"Será bom para as editoras se serviços de assinatura de e-books vingarem em todo o mundo. Mas será péssimo se a Amazon atingir uma posição quase monopolista, como já tem na venda de e-books nos EUA e no Reino Unido", afirma Dougal Thomson, diretor de comunicação da Associação Internacional dos Editores (IPA, sigla em inglês). "A relação da Amazon com as editoras é cada vez mais tensa, com algumas disputas públicas sobre remuneração. Mas, se as assinaturas derem certo, e eu acho que vão dar, as editoras perceberão que se trata de uma fonte importante de receitas."

Remuneração

A Amazon mantém segredo sobre o modelo de remuneração do Unlimited, mas Thomson diz que os editores receberão valor equivalente à venda de uma cópia no atacado sempre que um leitor ultrapassar certo percentual de páginas de um de seus livros. Títulos independentes devem receber valor fixo, como US$ 2 por livro lido.

Para Carlo Carrenho, fundador do site PublishNews, o formato traz mudança importante na economia do setor. "Hoje, remunera-se o livro comprado, lido ou não. No novo modelo, só gerarão receita aqueles efetivamente lidos." A Amazon não diz quando o Unlimited será expandido a outros países.

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