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Varejo online

Amazon mostra poder de fogo no varejo com lançamento da assinatura Prime

Logo da Amazon
(Foto: Jason Alden/Bloomberg)

O efeito Amazon derrubou as ações das principais varejistas brasileiras e teve papel relevante na queda de 0,14% do Ibovespa - o principal indicador da Bolsa de São Paulo - nesta terça. O índice fechou em 103.031 pontos. E as ações que mais contribuíram para a queda foram as do Magazine Luiza (-4,97%), Lojas Americanas (-3,2%), Via Varejo (-3,28%) e B2W (-4,83%).

Por trás da queda, está o anúncio, por parte da Amazon, do lançamento do programa de assinatura Prime, que custará R$ 9,90 ao mês ou R$ 89,90 ao ano, que fornece frete grátis, entrega em 48 horas e acessos ao Prime Video (serviço de streaming similar ao da Netflix) e ao Amazon Music, concorrente do Spotify. O frete gratuito vale apenas para os produtos da operação própria do e-commerce, que somam 550 mil itens e a entrega gratuíta para 90 cidades.

Segundo a analista de varejo da XP Investimentos, Mariana Vergueiro, o movimento da gigante americana é mais um passo importante para a estruturação da operação de e-commerce no Brasil. “Reconhecemos que o lançamento do Prime reforça o posicionamento e estratégia da Amazon para o Brasil.”

Mas ela não vê grandes mudanças no cenário competitivo do varejo online com esse anúncio, uma vez que o serviço Prime tem abrangência restrita em comparação à concorrência. Ela lembra que a B2W oferece um serviço similar por R$ 79,90, que conta com a oferta de mais de 1,3 milhão de produtos tanto da operação própria de e-commerce quanto de marketplace.

Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, vê no movimento uma postura mais agressiva da Amazon. “Eles têm know-how e vão buscar fidelizar o cliente.” E uma das apostas é repetir o desempenho dos Estados Unidos, onde o valor médio das compras de um cliente que tem os serviços Prime chega a ser o dobro de um cliente convencional.

As novidades não devem parar por aí. No final de agosto, Daniel Mazini, diretor de varejo da Amazon admitiu a possibilidade de expandir o centro de distribuição de Cajamar (SP) ou, até mesmo, abrir novos pontos no Brasil.

"Foi a capacidade que a gente achou que era suficiente para esse primeiro momento. A gente está aprendendo desde já que talvez essa capacidade não seja suficiente. Temos a opção de ampliar o próprio CD ou ir para outros. Estamos analisando", disse o executivo em entrevista ao Grupo Estado.

Amazon deve acentuar migração para o online

O analista da Ativa aponta que movimentos como o da Amazon tendem a acentuar a migração de clientes para o e-commerce e a dar uma nova dinâmica ao setor. “A gigante provavelmente está reduzindo as margens para compensar com um maior volume de vendas.”

Ele espera respostas fortes dos concorrentes, principalmente do Magazine Luiza e do B2W, que tem plataformas de negócios mais convergentes com os da Amazon. “E esse movimento pode beneficiar o consumidor, por meio de preços mais baixos.”

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