Pela segunda vez consecutiva, a Amazon pagará zero em impostos federais nos Estados Unidos, apesar de ser uma das empresas mais valiosas do país. No nível estadual, onde as alíquotas variam, a empresa também se livrou, já que sua sede fica em Washington, cuja legislação não prevê taxação para empresas.
Mesmo com lucro de US$ 11 bilhões em 2018 (o dobro dos US$ 5,6 bilhões em 2017), a companhia de Jeff Bezos conseguiu zerar sua alíquota pelo segundo ano seguido, disse nesta semana o Institute on Taxation and Economic Policy (instituto de impostos e política econômica, em tradução livre).
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Pela regra, empresas sediadas nos Estados Unidos pagam 21% de seu lucro em impostos federais. Mas a companhia conseguiu uma restituição de US$ 129 milhões utilizando ferramentas como o “crédito fiscal” para pesquisa e desenvolvimento, que permite dedução de custos de certos investimentos em tecnologia e educação, além de compensações para opções acionárias de executivos. O ITEP apelidou a manobra de “alíquota de um por cento negativo”.
Em 2017, o Congresso estadunidense passou a lei que corta impostos federais de 35% para 21% para incentivar boas práticas corporativas. Isso impulsionou o que o ITEP chama de “buracos” fiscais que permitem que companhias evitem pagar impostos sobre metade de seus lucros.
Vale lembrar que o presidente Donald Trump frequentemente critica a Amazon e seu CEO Jeff Bezos por pagar poucos impostos. O que parece, porém, é que sua política fiscal tem permitido que a contribuição da varejista eletrônica apenas diminua.
Protestos
Os incentivos fiscais concedidos à Amazon têm sido polêmicos, nos Estados Unidos. Depois que anunciou que construiria sua nova sede em Nova York, a empresa enfrentou uma séride de protestos de moradores revoltados com as isenções concedidas à gigante da tecnologia.
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A população teme ainda um impacto negativo que a instalação da empresa poderia ter, como o encarecimento dos custos de vida. Muita gente, no entanto, comemorou a possibilidade da criação de novas vagas de emprego.
A pressão foi tanta que, nesta quinta-feira (14), a Amazon anunciou que desistiu de levar sua segunda sede para a cidade de Nova York, em função da oposição de alguns líderes políticos locais.