"Muito interesse"

Um alto funcionário do governo dos Estados Unidos minimizou o ceticismo com o Brasil. "Não posso falar pela S&P, mas do ponto de vista das companhias americanas, há muito interesse em investir no Brasil", disse José Fernandez, secretário de Estado Adjunto para Assuntos Econômicos e Comercial dos EUA.

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A ameaça da agência de classificação de risco Standard & Poor's de rebaixar a avaliação de risco do Brasil derrubou o principal índice de ações da bolsa brasileira. O Ibovespa fechou o dia com desvalorização de 2,39%, aos 51.618 pontos. Esta é a menor pontuação de fechamento do índice desde 7 de outubro de 2011, quando ficou em 51.243 pontos. Na semana, o Ibovespa acumulou queda de 3,53%.

O desempenho da bolsa brasileira se descolou dos mercados acionários nos Estados Unidos e na Europa, que tiveram valorização de mais de 1% ontem. Em nota divulgada ontem, a agência S&P citou a "perda de credibilidade" do governo brasileiro, que dá "sinais ambíguos" sobre a condução da política econômica. Foi a primeira vez que a avaliação de risco de o país honrar sua dívida (rating soberano) entrou em perspectiva negativa desde 2008, quando o Brasil obteve o grau de investimento – uma espécie de selo de bom pagador.

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O rating brasileiro está em "BBB", uma escala acima do "grau de investimento", obtido em maio de 2008. Mas, na avaliação da agência, a chance de rebaixamento é de uma em três nos próximos dois anos, devido ao aumento da dívida do governo e da piora da estabilidade macroeconômica. "Tivemos uma sequência de notícias ruins sobre a economia brasileira nos últimos meses. Essa visão da S&P sobre o Brasil só veio para "coroar" esse cenário", disse Rogério Oliveira, especialista em Bolsa da Icap do Brasil.

Segundo Oliveira, o que mais pesa sobre o mercado é que as medidas tomadas pelo governo não têm surtido efeito, deixando "plausível" que um corte no rating soberano do Brasil seja efetuado pela agência. "Os investidores se assustam porque isso significaria um retrocesso. Seria ruim para o país. Perderíamos ainda mais investidores estrangeiros, pois muitos fundos de pensões –especialmente os americanos – só aplicam seus recursos em países com grau de investimento", afirmou o especialista.

Representando mais de 8% do Ibovespa, as ações mais negociadas da Petrobras (PETR4) caíram 3,19%, para R$ 18,84. Já os papéis mais negociados da Eletrobras despencaram 5,26%, para R$ 9. A Standard & Poor's também revisou de estável para negativa a perspectiva para essas duas estatais.