Ameaçado pelo governo, saque-aniversário é usado para quitar contas em atraso

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De acordo com uma pesquisa do instituto Datafolha, divulgada nesta segunda-feira (27), 73% dos trabalhadores que optam pela modalidade do saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) usam o dinheiro para quitar contas atrasadas.

A pesquisa foi encomendada pela Associação Brasileira de Bancos (ABC), Associação Brasileira de Internet (Abranet) e pela Zetta, uma associação das empresas de serviços financeiros digitais.

O saque-aniversário tem sido usado, principalmente, como alternativa aos pequenos empréstimos bancários usados para pagamento de contas em atraso.

O Datafolha ouviu 1.005 pessoas, com mais de 16 anos, de todas as classes sociais das cinco regiões do país, entre os dias 27 de março e 11 de abril de 2024.

Além dos que disseram usar o saque-aniversário para quitar contas atrasadas, 66% dos entrevistados disseram usar o dinheiro para despesas do dia a dia; 63% disseram usar o dinheiro para despesas médicas; e 62% usam para compra de alimentos.

A maior parte dos que optam pelo saque-aniversário é formada por mulheres, moradores de cidades do interior e pessoas da classe C. 

Segundo a pesquisa, nove em cada dez trabalhadores defendem a continuidade do saque-aniversário.

Criado em 2019, durante o governo Bolsonaro, a modalidade do saque-aniversário do FGTS corre risco de ser extinta pelo governo Lula. 

Com apoio de sindicatos, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), tem trabalhado desde o início do governo, em 2023, para acabar com o saque-aniversário. Segundo o ministro, o objetivo seria proteger o trabalhador.

A ideia do governo é substituir o saque-aniversário por crédito consignado contratado na plataforma FGTS Digital, que foi lançado pelo Ministério do Trabalho em fevereiro deste ano.