As vendas de livros digitais na América Latina, que atualmente representam menos de 1% do total, devem chegar a 10% ou 15% em 2020, segundo o espanhol Javier Celaya, diretor-geral para a Espanha e a América Latina da Bookwire.
Em conversa com a Agência Efe em Bogotá, onde participa da Feira Internacional do Livro da cidade, Celaya fez uma convicta defesa do livro digital e criticou autores como Mario Vargas Llosa e Jonathan Franzen, que trataram o livro digital como algo negativo e ao mesmo tempo se beneficiaram das edições eletrônicas de seus livros.
“Se tão nefasto é (o livro digital), deveriam ser coerentes e não editarem seus livros nesse formato”, disse Celaya sobre o Nobel peruano, de quem se confessou um admirador, em versão digital certamente, mas criticando o que chamou de “posturas fundamentalistas”.
Alguns argumentos dos defensores do livro em papel, como o de que a leitura digital não alcança o mesmo nível de compreensão, parecem um “insulto ao leitor” afirmou Celaya.
Ele é criador do portal dosdoce.com, um observatório sobre o uso das novas tecnologias no mundo editorial com 11 anos de existência, além de ser o diretor-geral para os países de língua espanhola da Bookwire, empresa alemã que distribui livros eletrônicos para 600 livrarias do mundo todo.
Maioria dos americanos já prefere ver televisão pela internet, mostra pesquisa
Porcentual de espectadores que assistem a seus programas preferidos pela rede subiu de 17% em 2011 para 53% em 2014
Leia a matéria completaPotencial
Segundo Celaya, a Bookwire entendeu o potencial que a América Latina tem para o livro eletrônico, onde as pessoas leem poucos livros em papel, mas quase todo o mundo tem telefone celular, e já desembarcou no Brasil, no México e agora na Colômbia.
De acordo com ele, o mundo vive uma “revolução de imprensa”, como na era de Gutemberg. “A internet não tem fronteiras e pode levar os livros para todos os lugares, e permite maior divulgação, sem importar o tamanho de quem os edita”, ressaltou Celaya.
O diretor destacou ainda a acessibilidade que a versão digital dá para pessoas com problemas de visão. Outra das grandes vantagens do livro digital apontadas por ele é o preço, padronizado pela Amazon, líder nesse setor, de US$ 9,99.
Enquanto na América Latina as vendas de livros digitais não representam nem 1% do total, na Espanha estão entre 7% e 10%, na Alemanha 15% e nos EUA e no Reino Unido, chegam a 30%.
Streaming passa a liderar distribuição de música no Brasil
Consumo de música por assinatura passou a representar 51% do faturamento de música digital no país
Leia a matéria completaTendência
A maioria dos leitores digitais na América Latina usa smartphones, uma tendência generalizada no mundo. Um estudo da Pew Research revelou que o perfil socioeconômico do leitor de livros digitais no mundo é de uma pessoa de 30 a 40 anos, de poder aquisitivo alto, que possui cartão de crédito, e se encaixa na categoria ‘leitores ávidos’, os que leem mais de 12 livros por ano.
Segundo o Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e no Caribe (CERLALC), a produção editorial latino-americana, medida pelo número de títulos com registro ISBN, foi no primeiro semestre de 2014 4,8% menor que no mesmo período de 2013, mas a participação do livro digital aumentou, chegando a 20,4% do total.
Número de obras paradas cresce 38% no governo Lula e 8 mil não têm previsão de conclusão
Fundador de página de checagem tem cargo no governo Lula e financiamento de Soros
Ministros revelam ignorância tecnológica em sessões do STF
Candidato de Zema em 2026, vice-governador de MG aceita enfrentar temas impopulares
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast