A América Latina emerge como "outra" depois da crise mundial, transformada em uma região "extraordinariamente atrativa" e com um potencial "muito grande", destacaram neste sábado os ex-presidentes Ricardo Lagos (Chile) e Felipe González (Espanha).
Durante uma entrevista coletiva concedida antes de um fórum organizado em Caracas e do qual também participará o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, os ex-dirigentes reivindicaram uma maior regulação para o sistema financeiro internacional.
"Pela primeira vez podemos dizer que desta crise somos inocentes. Estávamos acostumados que as crises começassem em nossa América Latina", afirmou Lagos, que considerou que a região "emerge desta crise como outra".
O ex-governante chileno não descartou que, por ter tido tantas crises, "algo tenha sido aprendido" na região e afirmou que, desta vez, a América Latina exibiu "um sistema financeiro mais bem regulado".
González, por sua vez, considerou que a América Latina se transformou novamente em uma região "extraordinariamente atrativa" e declarou que esta é a época da Ásia e da América Latina.
"Para a Espanha, a presença na América Latina tinha um nível de risco que ninguém queria assumir há 20 anos. Hoje, e tomara que os próprios espanhóis se deem conta, é uma bênção", ressaltou González, que apontou que a "região tem um potencial extraordinário no presente e no futuro".
Já FHC lembrou o manejo da hiperinflação no Brasil e afirmou que frente a este problema "os pobres são os que pagam o custo do desatino dos que mandam".
Consultado sobre o tema do fórum, denominado "Palavras para a Venezuela", o ex-presidente se referiu à democracia como uma "forma de regular o que pode e o que não pode".
"A democracia é principalmente uma regra que assegura aos que perdem sua oportunidade de ganhar", sentenciou FHC.
Os ex-governantes aproveitaram sua presença no país para desejar a pronta recuperação do presidente Hugo Chávez, que se recupera em Havana de uma operação que realizou em 26 de fevereiro após ter um novo tumor detectado.
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