O crescimento econômico da América Latina será de 3% em 2014 e 3,3% em 2015, segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em relatório divulgado ontem em sua reunião anual, realizada na Costa do Sauípe (BA). Resultado próximo ao máximo que a região pode crescer sem alimentar a inflação.
O corte do rating do Brasil pela Standard & Poors para o menor grau de investimento da agência retrata a situação dos países da região. Apenas três, dos 21 da região, aumentaram o superávit primário em 2013: Uruguai, Honduras e Nicarágua.
A vulnerabilidade da América Latina a choques internacionais é maior hoje que no pré-crise de 2008, diz o BID. O motivo seria o aumento dos gastos dos governos e a tomada de empréstimos estrangeiros pelas companhias para fomentar o crescimento.
"A história ensina que a saída de taxas de juros extremamente baixas dos EUA pode ser suave ou conturbada", afirmou o BID. "Mudanças na trajetória esperada das taxas de juros de curto prazo nos EUA podem afetar os fluxos de capital que têm impactos fortes e persistentes no crescimento de alguns países."
Discurso
Ao falar sobre economia pela primeira vez desde o rebaixamento da nota de crédito do Brasil, a presidente Dilma Rousseff disse no sábado que não se abala com "julgamentos apressados e conclusões precipitadas", e que, segundo ela, a "realidade desmentirá".
A frase parece ter sido direcionada à S&P, que rebaixou a nota do Brasil de BBB para BBB- no início da semana. Mas a presidente não citou nominalmente a agência de risco.