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Relações Exteriores

Amorim defende prorrogação do prazo de negociação com a Bolívia

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu na manhã desta terça-feira a prorrogação do prazo dado pela Bolívia para que as empresas estrangeiras assinem os novos contratos inseridos no contexto de nacionalização das reservas de gás e petróleo daquele país. A data-limite é o próximo sábado e, para que a Petrobras possa cumprir o que diz o decreto assinado em maio deste ano pelo presidente Evo Morales, uma missão de funcionários brasileiros está desde o último fim de semana em La Paz tentando chegar a um entendimento.

- O Brasil não está pedindo à Bolívia a prorrogação do prazo. O que nossos negociadores estão dizendo é que, em uma negociação tão complexa, as pessoas não podem ficar escravas de prazos. As negociações precisam de tempo - disse o chanceler, em sua linguagem diplomática.

Ele assegurou que sua defesa em torno do prazo final nada tem a ver com o segundo turno da eleição presidencial, que ocorrerá no domingo, um dia depois da data final estabelecida pelo governo boliviano. Sobre pressões internas que Morales estaria tendo dentro de seu país que impediriam uma flexibilização da Bolívia na negociação com a Petrobras, o ministro comentou:

- Pressões todos nós temos.

Amorim enfatizou que o acordo a ser fechado precisa ser benéfico para os dois lados. Reafirmou que o Brasil não admitirá "decisões unilaterais e arbitrárias".

- Isto não é uma ameaça, é uma realidade. Se houver flexibilização, estamos prontos a flexibilizar também. Tanto o Brasil como a Bolívia compreendem que um precisa do outro. Somos vizinhos e temos interesse em uma boa relação.

Se constatar que seus interesses foram contrariados, destacou Amorim, o Brasil tomará as medidas legais. Mas não fará qualquer retaliação aos bolivianos.

- Isso só serviria aos radicais dos dois lados – afirmou.

Indagado se, na hipótese de o prazo não ser cumprido, haveria impacto negativo para a imagem do presidente Lula um dia antes da eleição, o ministro afirmou que o governo está sempre pronto a ouvir críticas da oposição, mas que o eleitor saberá tomar sua própria decisão.

Sobre sua participação em eventos de campanha, ele deu a seguinte explicação:

- Tenho dado meu apoio a um projeto nacional, com o qual muitas pessoas de minha geração, que tiveram seus ideais amputados pela ditadura e, em seguida, por um excesso de neoliberalismo, identificam-se.

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