Operação
Via para cargueiros não é terceira pista
Na prática, a nova pista que está planejada para o Aeroporto Afonso Pena não é uma terceira pista, pois, assim que for concluída, as três pistas existentes não poderão operar simultâneamente.
"A pista auxiliar existente é muito importante e acelera os trabalhos de pouso e decolagem, mas não é usada simultaneamente com a pista principal já existente", explica o diretor da consultoria LogSul, Pedro Cabral.
"Ela é uma nova pista que não vai ser usada somente para cargueiros, mas também estará apta para isso. Ela será útil para as duas finalidades", afirma o superintendente do Afonso Pena, Antônio Pallu.
As obras de ampliação do terminal de passageiros e duplicação do número de fingers de acessos às aeronaves devem começar no mês que vem no Aeroporto Internacional Afonso Pensa, em São José dos Pinhais. Está previsto para que neste mês se encerre a primeira fase do plano de expansão do terminal, em que seriam elaborados os projetos básico e executivo. Depois, na segunda fase, a obra deve durar no total mais dois anos e meio e só será finalizada após a Copa do Mundo.
Para que o aeroporto esteja apto a receber os turistas e torcedores que visitarão a cidade ao longo do torneio, a obra será dividida em duas etapas. Na primeira, que ficará pronta em maio de 2014 às vésperas do pontapé inicial prevê a implantação de 32 novos balcões de check-in, nove novas pontes de embarque (os chamados fingers), 17 novos elevadores, seis novas escadas rolantes e quatro esteiras de restituição de bagagens.
Já a segunda etapa, que tem prazo de execução maior, de 18 meses, deve ficar pronta somente em 2016. Nela, será ampliada a área do terminal de passageiros, com novas áreas de comércio dentro do saguão e salas de embarque e desembarque.
Com as reformas que ficarão prontas antes da Copa do Mundo, a previsão é de que o aeroporto comporte 10,4 milhões de passageiros. Depois, a capacidade será ampliada para 14,6 milhões, praticamente o dobro dos 7,8 milhões de passageiros que o Afonso Pena pode receber atualmente. A Infraero estima que o número de usuários do aeroporto salte de 5,7 milhões para 8,3 milhões por ano. "São intervenções que já estão acontecendo há tempos no aeroporto e que começaram com a reforma na pista e no estacionamento dos passageiros", lembra o superintendente da Infraero no Afonso Pena, Antônio Pallu.
Fluxo normal
Ainda que as obras estejam programas para justamente onde todos os milhares de passageiros transitam todos os dias, o superintendente do aeroporto garante que as intervenções não atrapalharão a fluídez interna do terminal. "Eu garanto que não vai haver nenhum impacto", afirma Pallu.
Em janeiro, um consórcio venceu a licitação de ampliação por R$ 246 milhões. A licitação para a ampliação do terminal ocorreu por meio do Regime Diferenciado de Contratações (RDC), em que a mesma empresa é responsável por elaborar os projetos e executar as obras. A reforma do Afonso Pena foi a primeira ação a ser feita por esse processo na Infraero.
Com pistas curtas, terminal perde voos de cargas
Enquanto aguarda a análise técnica do projeto da construção de uma nova pista mais longa, o Paraná segue perdendo voos de cargas para outros estados. Com pistas mais aptas para o pouso e decolagem de aviões cargueiros, os aeroportos Salgado Filho, de Porto Alegre, e Viracopos, de Campinas, são a porta de entrada de algumas cargas de alto valor agregado que chegam ao estado.
A pista atual de 2,2 quilômetros existente no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, não é grande o suficiente para que os aviões de cargas, mais pesados que as aeronaves que transportam passageiros, possam chegar ou partir com sua capacidade de transporte máxima ou com o tanque cheio. "Curitiba até é rota de cargas, mas os aviões precisam passar por outro aeroporto dentro do país para complementar o tanque e aproveitar o espaço ocioso de carga. Para ser um destino final com o máximo de produtividade, somente com uma nova pista", afirma o professor de engenharia aeronáutica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Alfredo Manhagal. O terminal paranaense recebe cerca de 30 aviões cargueiros por semana.
A Infraero licitou um estudo para a construção da nova pista. A empresa IQS Engenharia Ltda arrematou o projeto e receberá R$ 1,5 milhão por ele. Os trabalhos começaram neste mês e o resultado da análise sai no final do ano.
Estudos preliminares já apontam que seria necessária uma pista de pelo menos 3,2 quilômetros. "Com este tamanho, a estimativa é que este comprimento seja suficiente para receber de 80% a 95% dos aviões de carga", afirma o superintendente do aeroporto Afonso Pena, Antônio Pallu.
A ideia da Infraero é construir uma nova pista a mil metros do terminal atual. Para isso, precisaria desapropriar algumas áreas que ficam entre o aeroporto e o Contorno Sul. "Isso já está a cargo das administrações do estado e do município", confirma Pallu.
Em um segundo momento, a ideia é ampliar a pista para 4 quilômetros, tamanho ideal para receber qualquer tipo de aeronave de cargas.
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