Companhia quer ser internacional| Foto: Daniel Caron/ Gazeta do Povo

Trip quer voar para a Guiana Francesa

Enquanto suspende voos em Cascavel, Oeste do Paraná, e aguarda o fim do processo de fusão com a Azul, a companhia aérea Trip solicitou ontem a permissão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para operar cinco frequências semanais entre Belém e Caiena, na Guiana Francesa, a partir de 18 de março de 2013. No pedido feito à agência reguladora, a empresa prevê fazer o trecho com aeronaves turboélice ATR. A capacidade é de 68 assentos. A solicitação ainda está em análise pela autarquia, de acordo com informações contidas nessa segunda no Hotran, planilha que registra o processo de autorização de voos regulares. Hoje, a maior parte dos voos autorizados à companhia é de caráter regional. De acordo com a assessoria de imprensa da Anac, o voo depende também da autorização de outros órgãos do setor.

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4 incidentes foram alvo de investigação pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) nos 35 anos de operação do aeroporto de Cascavel – contando com este da última sexta-feira. Dois ocorreram em 2010 e outro em 2004. Esta seria a primeira vez em que o fator vento é apontado como possível causa.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que a estrutura do aeroporto de Cascavel, no Oeste do Paraná, não apresenta "indícios de condições de segurança inferior à estabelecida pelos requisitos técnicos de infraestrutura vigentes". O pronunciamento da agência foi feito por e-mail à Gazeta do Povo, após questionamento da reportagem.

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Na segunda-feira, as companhias Azul e Trip anunciaram a suspensão dos seus voos no terminal, alegando que iriam estudar as condições de segurança operacional do aeroporto. Na sexta-feira passada, uma aeronave saiu da pista no momento do pouso assustando os 49 passageiros. O incidente teria sido provocado pelo excesso de ventos.

De acordo com a Anac, o incidente já está sendo investigado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Entre os fatores que o Cenipa levará em conta nas investigações estão a experiência do piloto e co-piloto, condições da aeronave, condições climáticas e a estrutura do local no momento do pouso.

O relatório com a conclusão das investigações será encaminhado pelo Cenipa à Anac, que irá avaliar a necessidade de alguma ação por parte da administração do aeroporto ou da companhia aérea.

Sem voos

Com a suspensão dos voos, Cascavel fica sem voos regulares. Juntas, Azul e Trip possuem 14 voos diários na cidade, entre pousos e decolagens. A Passaredo também atua na cidade, mas, por outros motivos, está com os voos suspensos; a retomada das operações deve ocorrer em 12 de novembro.

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A Compa­­nhia Cascavelense de En­­genharia de Transporte e Trânsito (Cettrans) afirma que, em média, a ocupação dos assentos em voos que saem de Cascavel é de 85%. Somente no mês passado, mais de 20 mil passageiros embarcaram e desembarcaram no aeroporto da cidade.

O presidente da Cettrans, Paulo Porsch, lamentou a decisão repentina das empresas em suspender os voos. "Fui pego de surpresa, do mesmo jeito que a comunidade também foi", disse.

Porsch disse que o incidente de sexta-feira e a velocidade do vento na hora do pouso da aeronave ATR-72 não justificam a paralisação dos serviços. Segundo ele, o aeroporto tem condições de operar com ventos de até 35 nós – cerca de 65 km/h. No momento do pouso os ventos eram de 55 km/h.

Em nota assinada por oito entidades representativas da sociedade, entre elas a Fiep e Associação Comercial de Cascavel, lideranças pediram uma solução rápida para o impasse e lastimaram a suspensão dos voos. "Pede-se aqui que as autoridades diretamente envolvidas no assunto e as direções das empresas aéreas cheguem a um entendimento sobre o aeroporto, e que então busquem-se as medidas adequadas para a solução do problema", diz o documento.