Com a mesma velocidade em que tomou de assalto as fotos divulgadas via redes sociais, o polêmico pau de selfie também saiu de cena e acabou virando ferramenta de poucos aficionados. Isto não quer dizer, claro, que o costume de tirar fotos de si mesmo – ou acompanhado dos amigos – tenha esmorecido. Tanto que a Samsung decidiu lançar uma nova linha de smartphones justamente para os fãs da prática.
A série Galaxy A chegou às lojas brasileiras em fevereiro, em três versões, cada uma com um tamanho de tela e com configurações para públicos – e bolsos – diferentes. O A3 tem tela de 4,5 polegadas, o A5 de 5 polegadas e o A7 chega com 5,5 polegadas.
O A3, testado pela reportagem, é o aparelho mais modesto, tanto nas configurações quanto no valor: o preço sugerido é de R$ 1.199. Já o A5 e o A7 saem por R$ 1.499 e R$ 2.099, respectivamente.
Funcionalidades
Mesmo sendo o celular de entrada da linha A, o aparelho vem com recursos dignos de aparelhos top de linha: conexão 4G e NFC, que permite o uso do celular para fazer pagamentos (sistema esse ainda incipiente no Brasil). Também contam a favor do A3 a tela Super Amoled com resolução qHD de 540x960 pixels, que permite cores e imagens bem nítidas, e a capacidade de armazenamento de 16 GB.
Na mão, o celular se mostra bastante ergonômico e leve (pesa apenas 110 gramas). O aparelho tem corpo em metal e um acabamento refinado – um bom avanço em relação a outros celulares intermediários da marca, geralmente feitos em policarbonato (tipo de plástico).
As demais configurações não fogem do visto em outros aparelhos intermediários. O A3 tem chipset Qualcomm Snapdragon e um processador Quad Core de 1.2 GHz – a navegação é fluída e rápida e não foram observados durante o teste travamentos ou lentidão.
Câmera inteligente
Dito isto, o principal chamariz do A3 é mesmo a câmera, que se destaca não pela qualidade da imagem, mas sim pelos recursos. A câmera frontal tem 8 MP enquanto a frontal tem 5 MP, configurações que ficam atrás de outros smarphones intermediários de menor custo de marcas como Motorola, Asus e Positivo – embora não custe lembrar que o tamanho de megapixels, por si só, não signifique imagens melhores ou piores.
Tanto que a qualidade das fotos das duas câmeras é apenas satisfatória e parece não conversar com a boa resolução da tela do celular. Por outro lado, o tempo de disparo da câmera é imediato – a imagem é capturada instantaneamente assim que o usuário “clica” no botão, não havendo os delays característicos em celulares que dificultam a captura de objetos em movimento.
De fato, o que chama a atenção é a facilidade na hora de tirar as fotos, usando tanto a câmera traseira quanto a frontal. Durante os testes, o aparelho respondeu “na lata” aos comandos de voz, que registram a cena sem ser preciso encostar na tela ou nos botões ao lado do corpo do aparelho. Basta falar “capturar” ou “disparar” para que a foto seja tirada imediatamente.
No caso das selfies, a câmera também é acionada por um comando de gesto, que respondeu bem em todas as situações. O usuário precisa apenas mostrar a palma da mão para a câmera – surge então uma contagem na tela de dois segundos, tempo suficiente para abandonar o gesto e fazer a pose.
- Análise: Positivo quer espaço no segmento de smartphones premium
- Análise: Zenfone 6 assusta pelo tamanho, mas tem bom custo-benefício
- Análise: Moto E 2.ª Geração evolui e fica mais caro
- Análise: Galaxy Note 4 traz visual refinado para os celulares de tela grande
- Análise: Vale a pena usar um relógio inteligente?
Selfie panorâmica
Outro recurso alardeado pela Samsung é a chamada selfie panorâmica, que amplia o campo de visão da imagem da câmera frontal para um ângulo de até 120 graus, tanto na posição vertical quanto horizontal – na prática, a funcionalidade permite colocar mais pessoas na selfie, favorecendo registros em grupo.
O recurso pode ser combinado com os comandos de voz e de gesto e funciona de forma simples, embora exija um pouco de prática no começo. Acionada a câmera, o usuário deve manter o aparelho no mesmo eixo, girando o celular lentamente para a esquerda e para a direita, para capturar as pessoas ou objetos que estejam ao seu lado. Não dispensa exatamente um pau de selfie, mas ao menos serve como alternativa bem menos chamativa.
Custo-benefício
Os recursos das câmeras são interessantes, mas parecem não compensar por si só o investimento no aparelho, considerando que ele é um modelo intermediário. Até porque a diferença de preço com seus concorrentes diretos – o Moto G de segunda geração e o Zenfone 5 – é gritante, com o A3 podendo custar até R$ 400 a mais do que esses aparelhos.
Assim, o A3 surge como uma alternativa interessante para quem prefere contar com um aparelho Samsung, mas não quer pagar o preço dos celulares das linhas S e Note. Se você não é um desses aficionados pela marca, vale pensar bem se algumas selfies “profissionais” valem o investimento.