A paranaense Positivo Informática já deixou claro várias vezes que quer repetir, no mercado de celulares, o mesmo sucesso que obteve com os computadores, segmento em que é líder há dez anos. Uma missão ambiciosa, mas também ingrata – no Brasil, 95% do mercado de smartphones está concentrado em seis grandes marcas estrangeiras, que não têm poupado esforços para disputar a atenção dos usuários locais.
A mais nova tentativa da Positivo para se fazer notar neste ambiente tão concorrido veio à tona no mês passado, com o lançamento no varejo do Positivo Octa, smartphone que ainda se enquadra na categoria dos aparelhos intermediários, mas mirando a ponta da pirâmide. É, de longe, o melhor celular já produzido pela empresa – o que não significa que conseguirá chamar a atenção dos usuários tão facilmente.
Visual
O que mais chama a atenção, assim que se coloca a mão no celular, é o visual elegante e refinado do aparelho, em comparação com outros produtos da marca. Toda a frente do Octa é escura e não há nem sequer o logo da Positivo, que surge apenas na parte traseira. Os cantos são quase retos, um diferencial interessante às curvas quase onipresentes nas extremidades de outros celulares.
Na traseira, há uma proteção Gorila Glass que cobre a superfície repleta de pequenos pontos, o que também contribui para o visual mais refinado. Aí, surge um porém: devido a esta proteção, a traseira pode ser escorregadia, ainda mais se a mão do usuário estiver um pouco suada. Outra opção duvidosa da marca foi colocar a saída dos alto-falantes externos no “pé” do celular, justamente o local em que o usuário inevitavelmente vai apoiar a mão para assistir vídeos ou jogar games com o celular na posição horizontal. Neste caso, a saída é tapada e o som fica prejudicada.
Veja as principais configurações do Octa:
- Tela IPS de 5 polegadas com resolução HD 1.280 x 720 pixels
- Processador Octa-Core 1.4 GHz da Mediatek
- Android 4.4 (Kit Kat)
- Câmera traseira de 13 MP e frontal de 5 MP
- 8 GB e 16 GB de armazenamento. Aceita cartão micro SD de até 32 GB
- Vendido nas cores preto, branco e dourado (edição limitada)
- Dual chip
- Peso de 150 gramas
O Octa tem uma tela de 5 polegadas e, finalmente, uma resolução condizente com outros aparelhos do mercado (a resolução de tela sempre foi um dos pontos fracos dos demais celulares da marca). A resolução é HD, com 1.280 x 720 pixels, permitindo cores nítidas e imagens bem definidas, tanto para fotografias quanto vídeos.
Câmera
Falando em fotos, o celular vem com uma câmera traseira de 13 MP e uma frontal de 5 MP. O principal diferencial da câmera traseira não é a qualidade da imagem – que é satisfatória, embora funcione melhor em ambientes bem iluminados –, mas sim a velocidade de captação da foto, acima de outros modelos de marcas como Motorola e Asus. Ao se clicar no botão da foto, a imagem é capturada instantaneamente, sem aquele delay característico dos celulares.
A frontal, de 5 MP, quebra o galho na hora de tirar selfies, mas também depende de uma mão firme e um ambiente bem iluminado para garantir boas imagens, com foco. A Positivo trouxe um recurso que permite tirar selfies com a câmera traseira, mas que acaba se mostrando um tiro no pé. Para que a câmera identifique o rosto e tire a foto automaticamente, sem ser preciso apertar nenhum botão, o usuário tem que fazer um gesto com a mão, imitando um V com os dedos. Fora esse inconveniente, durante os testes o recurso simplesmente não funcionou na grande maioria das vezes.
Processador
Ao fim, a maior aposta da Positivo é em uma característica que não salta aos olhos do usuário: a configuração do processador, um True Octa-Core. O hardware permite que até oito núcleos do processador operem simultaneamente, enquanto um módulo de controle distribui as atividades do celular nestes vários núcleos, impedindo uma alta repentina da temperatura e travamento do smartphone. Na prática, a promessa é de um smartphone rápido e com uma bateria duradoura.
Sites especializados como o TecMundo, Adrenaline e CanalTech, no entanto, criticaram a autonomia da bateria, que em testes de uso intenso (com vídeos sendo exibidos de forma constante e com todos os sensores ativos, por exemplo) não chegou a quatro horas. Mesmo em uso moderado, e isso foi possível perceber durante o teste da reportagem, é grande a chance de ser preciso recorrer ao carregador antes do fim do dia.
Já o desempenho na hora de navegar por aplicativos e rodar jogos pesados – como o Asfalt 8, NOVA 3 e Injustice – é de fato bem satisfatório, sem a ocorrência de travamentos ou lentidão. A navegação é fluida e rápida, mas, ao mesmo tempo, não é possível notar a diferença com outros celulares intermediários, mais em conta.
Custo-benefício
E é justamente no preço que surge o maior dilema do Octa. Na linha de se reposicionar no mercado e tentar atender usuários mais exigentes, a Positivo trouxe seu novo celular a preços mais salgados. A versão de 8GB sai por R$ 899 e a de 16GB, por R$ 949. A título de comparação, o novo Moto G sai a partir de R$ 779 e o Zenfone 5, por R$ 699.
A maior dificuldade da Positivo Informática está justamente em convencer o usuário que vale a pena pagar mais por uma marca de pouca tradição no segmento de celulares e em um aparelho que é bom e honesto, mas não excelente, pensando em seu preço. A falta de recursos inovadores ou funcionalidades exclusivas no Octa também dificulta que o usuário opte pelo aparelho em vez de outros que já estão consolidados no mercado. É preciso reconhecer o esforço da empresa em elevar o nível de seus produtos, mas será preciso algo mais para de fato a Positivo se tornar relevante neste mercado.
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