Em tempos em que o celular tornou-se praticamente uma extensão do corpo do usuário, ergonomia e praticidade viraram pontos cruciais na hora de escolher um aparelho. É preciso que o smartphone caiba bem no bolso, na bolsa e, claro, na mão do dono. O Zenfone 6, lançado pela Asus em dezembro do ano passado, certamente vai dividir opiniões por conta de seu tamanho nada modesto, que traz pontos positivos e negativos consigo.
O “tijolão” da Asus assusta num primeiro momento e é inevitável que os mais desavisados pensem se tratar de um tablet, e não de um smartphone – afinal, são 6 polegadas de tela, em um aparelho de 16 centímetros de “altura”. O iPad Mini, por exemplo, tem tela de 7,8 polegadas.
Apesar da aparência robusta, o aparelho é leve e não pesa tanto na mão ou no bolso, com 196 gramas. O que é importante, já que um celular deste tamanho favorece a visualização de vídeos – a tela, com proteção Gorila Glass 3, tem resolução HD (1.280 X 720 pixels), que permite perder um bom tempo na cama ou no sofá assistindo ao Netflix e YouTube. O áudio, infelizmente, não ajuda tanto e mesmo no volume máximo parece um pouco tímido em relação ao tamanho do aparelho – a dica é recorrer a fones de ouvido.
A tela de 6 polegadas e o processador Intel de 1,6 GHz também vão agradar a quem usa o celular como um videogame portátil – games mais pesados, como Injustice e Asphalt 8: Airborne rodaram bem durante o teste, sem travamento ou lentidão (a não ser na hora dos loadings) e com belos gráficos. A navegação pelo celular também ocorreu de forma fluída e rápida.
Mãos na tela
Por outro lado, é preciso usar as duas mãos simultaneamente para acessar todos os pontos da tela, o que dificulta na hora de responder mensagens quando o usuário estiver de pé no ônibus, por exemplo (cena que tem se tornado das mais comuns por aí). O Zenfone até possui um recurso chamado “one hand operation” que “encolhe” a tela, fazendo com a visualização se dê por um meio de um quadro de 4.3, 4.5 ou 4.7 polegadas. Prático, mas, esteticamente pouco agradável.
Outro ponto que pode desagradar é a enorme quantidade de aplicativos e funcionalidades embarcadas no aparelho pela Asus, incluindo uma nova interface de usuário, chamada de ZenUI pela empresa. Aqueles que buscam uma experiência de um sistema Android mais puro possível (a versão do sistema no celular é a 4.3, chamada de Jelly Bean), devem passar longe.
Câmera e bateria
Ao menos os recursos das câmeras são interessantes, embora não apresentem nada muito inovador em relação ao que pode ser encontrado em aplicativos. O modo “selfie” permite que a câmera traseira, de 13 MP, identifique até quatro rostos e tire a foto automaticamente, dando ao usuário imagens com uma melhor resolução, já que a câmera frontal tem apenas 2 MP. Também há um recurso curioso (e divertido) que captura várias imagens e as transforma instantaneamente em GIFs animados.
A bateria do Zenfone 6 também é um ponto positivo. Em uso ocasional (sem acessar o 3G e com a navegação restrita a redes sociais) o smartphone aguentou quase dois dias sem precisar ser ligado à tomada. Testes feitos pelo Tecmundo e pela revista Info deram uma autonomia de cerca de 8 horas para a bateria, com vídeos sendo reproduzidos ininterruptamente.
Custo-benefício
Os blogs e sites especializados também foram unânimes em destacar o bom custo-benefício do Zenfone 6, principalmente se comparado com outros aparelhos de tela grande. O celular está sendo vendido por R$ 999, um preço razoável para o que ele oferece. Por isso mesmo, não espere um aparelho de visual muito refinado, na linha do Nexus 6, da Motolora, ou do Galaxy Note 4, da Samsung – o aspecto é de um celular intermediário, com design simples mas eficiente.
Para quem está buscando um smartphone mais robusto, sem dúvida o Zenfone 6 é uma das melhores opções atuais no mercado nesta faixa de preço. Uma alternativa para quem gostou do aparelho mas não da tela “gigante” pode ser o próprio Zenfone 5, que tem configurações semelhantes mas tela menor, de 5 polegadas – o modelo sai por cerca de R$ 649.