Perfil
Jovem e com uma bola de cristal
Meredith Whitney é uma das mais renomadas analistas do mercado financeiro dos Estados Unidos. Loura e jovem, com 38 anos, ela está na lista das 100 pessoas mais influentes feita pela revista Time. Ela ficou famosa em 2007, quando previu que o Citibank apresentaria um balanço fraco e que precisaria cortar os dividendos pagos a seus acionistas. Agora, ela volta a mexer com o mercado ao indicar que o setor bancário terá ganhos maiores do que o previsto.
Outra previsão de Meredith foi sobre o banco Lehman Brothers, que ela via como um dos mais frágeis no sistema bancário em setembro do ano passado, a instituição foi à falência. Em 2007, a revista Forbes a elegeu como a segunda melhor investidora dos Estados Unidos, e no ano passado a rede de tevê CNBC premiou a analista com o títulos de "mais poderosa do ano". No início deste ano, ela abriu a consultoria Meredith Whitney Advisory Group, LLC isso após passar por gigantes como o Oppenheimer & Co. e o banco Wachovia, onde se tornou a executiva mais jovem a liderar uma instituição financeira nos EUA. Ali, ela se destacou por fazer estudos sobre a indústria de cartões de crédito e o mercado imobiliário.
São Paulo - As bolsas dos Estados Unidos fecharam em alta superior a 2% ontem, impulsionadas por expectativas positivas em relação aos resultados trimestrais do setor financeiro. Em parte, o otimismo sobre os bancos foi causado por um comentário feito pela analista Meredith Whitney que figura na lista da revista americana Time deste ano das cem pessoas mais influentes do mundo. Ela elevou a classificação dos papéis do Goldman Sachs e disse que as ações do Bank of America também podem registrar algum ganho de valor.
Nesta semana, o mercado norte-americano ficará sabendo os resultados trimestrais dos maiores bancos do país, entre eles o Citigroup, Goldman Sachs, JPMorgan Chase e Bank of America. O comentário de Meredith fez com que o mercado tentasse antecipar números melhores do que o previsto até ontem. Assim, o Dow Jones Industrial, principal índice da Bolsa de Valores de Nova Iorque, fechou com alta de 2,27%, em 8.331pontos, enquanto o S&P 500 avançou 2,49%, aos 901 pontos. A Nasdaq, bolsa de ações do setor de tecnologia, subiu 2,12%.
No primeiro trimestre, o Goldman Sachs teve lucro líquido de US$ 1,66 bilhão (ganho de US$ 3,39 por ação), ante US$ 1,47 bilhão em idêntico período de 2008. Já o Bank of America registrou lucro líquido de US$ 4,2 bilhões no primeiro trimestre do ano, quase triplicando seus resultados do mesmo período do ano anterior, quando o lucro foi de US$ 1,2 bilhão. O ganho do banco por ação foi de US$ 0,44, o que surpreendeu os analistas, que previam um ganho de apenas US$ 0,04 por ação. No quarto trimestre do ano passado o banco registrou um prejuízo de US$ 1,7 bilhão.
Brasil
No Brasil, a BM&FBovespa não aproveitou a escalada da Bolsa de Nova Iorque. O principal índice de ações brasileiro, o Ibovespa, teve leve baixa de 0,07%. No mercado de câmbio, a cotação do dólar voltou a ficar abaixo dos R$ 2, atingidos na semana passada. Com uma queda de 1,1%, a moeda norte-americana fechou a R$ 1,98.
O mercado acionário brasileiro foi prejudicado pelo desempenho decepcionante dos setores de siderurgia e mineração. No segmento, quem mais perdeu foi a ação preferencial da Usiminas, a terceira mais negociada do pregão, que terminou com recuo de 5,53%. Para Gerdau PN, a queda ficou em 1,78%, e CSN ON caiu 0,79%.
"Há expectativas ruins em relação à temporada de divulgação de balanços, que se intensifica nesta semana. O foco são as instituições financeiras, que recentemente devolveram boa parte da ajuda governamental concedida desde o colapso do banco Lehman Brothers, mas cuja solidez ainda está em xeque", avalia Miriam Tavares, diretora da corretora AGK.
Na BM&FBovespa, entre os maiores bancos, quem teve melhor resultado foi o Bradesco, com valorização de 1,26%. As ações do Banco do Brasil e do Itaú Unibanco terminaram estáveis.
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