A analista que fez uma avaliação negativa do Citigroup e disparou uma forte baixa do mercado acionário na quinta-feira disse ter recebido várias ameaças de morte, publicou o "Times, de Londres".
Meredith Whitney, da CIBC World Markets, rebaixou a avaliação do Citigroup para "sector underperformer" (performance abaixo da média do setor), dizendo que o maior banco dos Estados Unidos em ativos pode ter que reduzir os dividendos e levantar mais de US$ 30 bilhões em capital, efeitos decorrentes da crise das hipotecas de alto risco nos EUA.
- Os clientes não estão satisfeitos com a minha avaliação e eu recebi várias ameaças de morte - disse Whitney.
- Mas essa foi a avaliação mais franca que fiz em toda minha carreira, e estou surpresa que meus colegas analistas tenham ficado resistentes. É tão franca, é inquestionável - assegurou.
A avaliação disparou uma queda de 6,9% por cento das ações do Citigroup na quinta-feira. No ano, as ações do Citi acumulam uma queda de 32%.
Robert Rubin deve ser o novo presidente
A piora na classificação também intensificou os pedidos pela saída do presidente-executivo do Citigroup, Charles Prince, cuja renúncia é esperada ainda para este domingo. O Citigroup muito provavelmente vai nomear Robert Rubin, ex-secretário do Tesouro norte-americano, como chairman interino enquanto procura por um nome definitivo para o lugar de Charles Prince, afirmou o 'New York Times' neste domingo.
Ainda não está claro se a diretoria do Citigroup planeja nomear um presidente ou um grupo de executivos para liderar o banco, afirmou o New York Times, citando uma pessoa próxima ao assunto.
Rubin, 69, preside o comitê-executivo do Citigroup. Ele sempre esteve próximo a Prince, dando conselhos mais sobre a estratégia e menos sobre operações cotidianas. Antes de ingressar no Citigroup, em 1999, Rubin participou do governo Bill Clinton como secretário do Tesouro (entre 1995 e 1999). Previamente, ele passou 26 anos no Goldman Sachs, onde chegou a ser co-chairman.