Levantamento feito semanalmente pelo Banco Central (BC) com analistas do mercado financeiro piorou pela quinta semana seguida a projeção para o desempenho da economia neste ano e no próximo. Segundo o relatório Focus divulgado hoje, o PIB de 2016 deve recuar 3,40% e, no ano que vem, deve haver uma leve expansão de 0,50%. Já a previsão para a inflação deste ano foi elevada pela oitava vez consecutiva e já chega a 7,62%, enquanto IPCA para 2017 foi mantido pela segunda semana seguida em 6%.
No último boletim, os analistas previam que a economia encolheria 3,33% este ano e que cresceria 0,59% em 2017. Assim, as novas previsões pioram o cenário para a atividade economia por mais dois anos. Os cálculos do BC divulgados na semana passada mostraram que a recessão brasileira é mais grave do que o imaginado. A economia encolheu nada menos que 4,11% no ano passado, segundo o Índice de Atividade Econômica da autoridade monetária (IBC-Br). Em dezembro, o recuo foi de 0,52% e o desempenho mensal ficou no negativo pelo décimo mês seguido — o maior período de retração desde que o BC passou a registrar os dados. O resultado anual — o mais baixo desde o início da série do BC, há 13 anos — foi pior que as expectativa dos analistas do mercado financeiro, que preveem uma retração de 3,8% em 2015. Essa é a aposta para o dado oficial do Produto Interno Bruto (PIB), que será divulgado pelo IBGE apenas no mês que vem.
A perspectiva para a inflação deste ano registrou leve alta, passando de 7,61% para 7,62%. Mas a elevação marcou a oitava piora seguida, deixando cada vez mais longe a possibilidade de cumprimento da meta estabelecida pelo governo, que é de 4,5%, com variação de dois pontos para cima ou para baixo. Para 2017, a projeção está exatamente no teto da meta, que é de 6%, já que variação aceita será de 1,5 ponto para cima ou para baixo.
Os analistas mantiveram a previsão para taxa básica de juros no fim deste ano nos atuais 14,25% pela terceira semana seguida. Para o ano que vem, eles reduziram a projeção da Selic de 12,75% para 12,63%.
A perspectiva para a cotação do dólar ao fim deste ano sofreu leve queda, passando de R$ 4,38 para R$ 4,36. Para o dezembro de 2017, os analistas ainda esperam que a moeda americana fique em R$ 4,40, mesmo valor das últimas quatro semanas.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast