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Energia elétrica

Aneel corrige cálculo de reajuste das tarifas

Subestação de energia elétrica: empresas já se manifestaram contra a mudança no contrato de concessão | Dirceu Portugal/ Gazeta do Povo
Subestação de energia elétrica: empresas já se manifestaram contra a mudança no contrato de concessão (Foto: Dirceu Portugal/ Gazeta do Povo)

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) modificou a forma de cálculo do reajuste das tarifas de energia. A mudança já está valendo e corrige erro que, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), causava perdas de aproximadamente R$ 1 bilhão por ano aos consumidores. A correção foi feita por meio de um termo aditivo aos contratos de concessão das distribuidoras, ação inédita nesse tipo de documento. As empresas têm liberdade para decidir se aceitam ou não a modificação. Se não aceitarem, seus reajustes continuarão a ser feitos da forma antiga, com prejuízo para os consumidores.Embora as distribuidoras ainda não tenham assinado o termo, a Aneel decidiu aplicar as novas regras como se elas já tivessem sido aceitas. Caso alguma distribuidora não concorde e resolva não assinar o termo aditivo ao contrato, terá que entrar com recurso administrativo no órgão regulador. Se o recurso for aceito, será feita uma compensação por meio de um reajuste maior das tarifas em 2011.

Com a tática, a agência ganhou tempo, contornou eventuais protelações das distribuidoras e evitou que os reajustes de 2010 continuassem contaminados pela metodologia errada. "Conver­samos com as distribuidoras, negociamos e esse foi o resultado. Agora, falta assinarem", disse Nelson Hubner, diretor-geral da agência reguladora. Segundo ele, se os termos aditivos não forem assinados, outra alternativa terá de ser tentada, como, por exemplo, a mudança nas regras de reajuste por meio de portaria do Ministério de Minas e Energia.

As distribuidoras de energia criticaram a decisão da Aneel. "Lamentável. Fomos impelidos. Se fizermos, será a contragosto. O contrato que temos hoje é pior do que o de ontem", disse Luiz Carlos Guimarães, presidente da As­­sociação Brasileira dos Distri­buidores de Energia (Abradee).

Ele lembrou que a mudança, para ter efetividade, ainda terá de ser analisada individualmente pelas empresas. "Uma coisa é a conversa técnica, outra é a análise que é feita pelo conselho de acionistas, que está preocupado com a rentabilidade do negócio", afirmou.As empresas têm números diferentes do TCU. Estimam as perdas entre R$ 600 milhões e R$ 700 milhões por ano, o que significa uma redução no reajuste tarifário de cerca de 1%.

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