A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou ontem os critérios para o novo leilão de compra de energia para entrega imediata, previsto para o fim do mês. Os preços definidos pelo regulador R$ 271 por megawatt-hora (MWh) para hidrelétricas e R$ 262 para térmicas ficaram bem abaixo do valor praticado no mercado atualmente (R$ 822) e menor até mesmo que a média do preço estimada pela agência para o ano de 2014 (R$ 470).
Se o certame for bem- sucedido, o custo para os consumidores deve atingir R$ 5,1 bilhões, o que resultaria num reajuste de 5% nas contas de luz. Se a licitação fracassar, o impacto para o consumidor será de R$ 15,6 bilhões, um aumento de 16%. O sucesso ou fracasso do leilão dependerá da vontade dos geradores de vender a energia pelo preço-teto.
O cálculo do impacto nas contas de luz do consumidor considera a diferença entre os R$ 822 MWh no mercado de curto prazo e o valor máximo do edital. Ou seja, se toda a energia necessária 3,3 mil MW médios for ofertada, a despesa total das empresas seria de R$ 5,1 bilhões de maio a dezembro deste ano. Por outro lado, se a licitação for um fracasso e não houver interesse dos geradores, o gasto das concessionárias seria de R$ 15,6 bilhões.
Como o setor elétrico considera que cada R$ 1 bilhão em gastos tem um impacto de 1% nas tarifas, o sucesso da licitação pode diminuir o reajuste necessário para cobrir os custos com a compra de energia no mercado de curto prazo em 11%, com uma despesa R$ 10,5 bilhões inferior à projetada.
O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, avalia que haverá interesse dos geradores em vender energia na licitação. "Nossa expectativa é que, aliando prazo e preço-teto, haja atratividade suficiente para contratar, se não toda, a maior parte da energia necessária", afirmou.
A licitação será realizada em 30 de abril.