A lentidão da economia brasileira levou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a revisar os custos da energia elétrica em função do menor consumo de eletricidade previsto para este e para os próximos anos. Com menos carga a ser atendida, o custo marginal de operação (CMO) também fica menor, o que irá reduzir o preço da energia no mercado de curto prazo (PLD).
Até então, o órgão regulador e o Operador Nacional do Sistema Elétrica (ONS) utilizavam a projeção do Banco Central de um crescimento médio do PIB brasileiro de 4,4% ao ano entre 2014 e 2018. Mas agora essa estimativa foi reavaliada para uma expansão média de 3,5% ao ano nesse período. Com isso, o consumo previsto para 2014 deve ser 1.207 megawatts (MW) médios inferior ao estimado anteriormente, caindo de 65.917 MW médios para 64.710 MW médios.
Para 2015, a carga prevista será 1.648 MW médios menor, seguindo o mesmo raciocínio para 2016 (-1.655 MW médios), 2017 (-1.545 MW médios) e 2018 (-1.496 MW médios).
De acordo com a Aneel, o custo marginal de operação de agosto sofrerá um desconto de R$ 160 por MW/h. Como o CMO é um dos fatores que entram na fórmula de cálculo do preço da energia no mercado de curto prazo, o PLD também ficará mais barato a partir da próxima semana. "Não se trata de uma questão de erro no cálculo anterior, mas de uma atualização de parâmetros. Por isso não cabe recalcular o PLD passado, mas sim aplicar os novos valores a partir de agora", explicou o diretor da agência, André Pepitone.
O preço da energia de curto prazo está diretamente relacionado ao rombo do setor de distribuição, que já exigiu empréstimos que somados chegam a R$ 17,8 bilhões em 2014. Esse custo passou a maior parte do ano perto do teto de R$ 822 por MW/h, pressionando as contas das empresas de distribuição, uma vez que os valores só serão repassados para as contas de luz a partir de 2015. Na segunda semana de agosto, o PLD médio ficou em R$ 809 43 por MW/h.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast