A indústria automobilística revisou para cima as projeções de vendas externas de automóveis, caminhões e ônibus. No acumulado de janeiro a dezembro deste ano, as unidades embarcadas deverão superar em 7,6% o montante de 2010, totalizando 540 mil veículos. Essa previsão destoa bastante da anterior, que estimava queda de 3,4%, com a comercialização de 485 mil unidades. De janeiro a outubro, as exportações somaram 438,2 mil veículos, com alta de 17% sobre o mesmo período do ano passado e valores totais de US$ 12,7 bilhões. Ao anunciar a revisão, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, ressaltou que o mercado interno também está com bom desempenho.
"Completamos na última sexta-feira (4) a marca de 3 milhões de unidades vendidas, o que mostra a força do mercado brasileiro", disse Belini, lembrando que, em outubro, as vendas de veículos nacionais e importados no mercado doméstico recuaram 10% em relação ao mês anterior e 7,5% sobre igual período do ano passado. Belini espera aquecimento nos negócios do setor em novembro e dezembro. No entanto, ele destaca que não houve mudança na projeção de fechamento das vendas internas, que é de aumento em torno de 5%, passando de 3,515 milhões para 3,690 milhões de veículos. Para isso, ele diz que são necessárias a expansão do crédito e a queda dos juros. Na avaliação do presidente da Anfavea, o comportamento do consumidor revela que ele está mais cauteloso, o que atribui às notícias de crescimento mais modesto na economia norte-americana e das turbulências em torno da dívida externa da Grécia. Mesmo assim, Belini considera o momento tranquilo para os empresários. Segundo ele, nem mesmo o resultado negativo das vendas internas de outubro deve ser visto como preocupante. Belini negou que já a elevação da carga do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os importados já tenha produzido reflexos e disse que a redução, em parte, foi efeito do menor número de dias úteis.
Para ele, a incidência maior do IPI deve começar a afetar os negócios nesse segmento a partir da segunda quinzena de dezembro, quando estiverem esgotados os estoques reguladores. A Anfavea também manteve a previsão de produzir neste ano l,1% mais veículos do que em igual período do ano passado, quando saíram das linhas de montagem 3,381 milhões de unidades.
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