O presidente da Associação Nacional dos Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, se reuniu nesta quarta-feira (29) com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para pedir a renovação do corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Questionado sobre o motivo sobre as montadoras brasileiras lucrarem o triplo do que as americanas, como mostrou hoje a reportagem de O GLOBO, ele respondeu: "É difícil de dizer. As montadoras tem de ter lucratividade porque o exemplo americano mostra que se não tiver, quebra. Então é melhor ter lucratividade e, principalmente, investir. Investir em capacidade de produção, em tecnologia, em novos produtos, geração de emprego."
Segundo a reportagem, levantamento em cinco países - Brasil, EUA, Argentina, França e Japão - mostrou que o carro brasileiro é sempre o mais caro. A diferença chega a 106,03% no Honda Fit vendido na França (onde se chama Honda Jazz). Aqui, sai por R$ 57.480, enquanto lá, pelo equivalente a R$ 27.898,99. A distância também é expressiva no caso do Nissan Frontier vendido nos EUA. Aqui, custa R$ 121.390 - 91,31% a mais que os R$ 63.450,06 dos americanos.
Há cerca de duas semanas, a "Forbes" ridicularizou o preços no Brasil, mostrando que um Jeep Grand Cherokee básico custa US$ 89.500 (R$ 179 mil) aqui, enquanto, por esse valor, em Miami, é possível comprar três unidades do modelo, que custa US$ 28 mil.
Especialistas estimam que a margem de lucro das montadoras no Brasil seja pelo menos o dobro que no exterior, por causa de um quadro de pouca concorrência - ainda que já seja o quarto maior mercado de carros do mundo, incluindo caminhões e ônibus, atrás de China, Estados Unidos e Japão. O diretor-gerente da consultoria IHS Automotive no Brasil, Paulo Cardamone, estima ganho de 10% do preço de um veículo no Brasil, enquanto no mundo seria de 5%. Nos EUA, esse ganho é de 3%.
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