A associação que representa as montadoras de automóveis no Brasil, Anfavea, manteve nesta segunda-feira a estimativa de investimentos pelos fabricantes, de 19 bilhões de dólares, de 2011 a 2015, depois que o governo elevou o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre carros importados, para proteger a indústria nacional.
Montadoras estrangeiras que operam no Brasil através de importados ameaçaram suspender planos de ter fábricas no país no futuro, em reação ao anúncio, na quinta-feira passada, de elevação do IPI.
Nesta segunda-feira, o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, disse em entrevista coletiva que, em sua visão, a posição adotada pelo governo ajudará a atrair investimentos, e não o contrário.
Segundo ele, não é possível saber de antemão se as estrangeiras serão prejudicadas com o IPI.
"O tempo vai mostrar qual é o impacto que as importadoras terão com essa medida e qual a dimensão dos incentivos que existem para essas montadoras em seus países de origem", disse Belini.
Ele não quis falar sobre investimentos específicos das montadoras que atualmente operam somente via importação no mercado brasileiro.
O IPI para todos os automóveis foi elevado em 30 pontos percentuais, para até 55 por cento --exceto para montadoras instaladas no Brasil que comprovem que se enquadram em alguns critérios. Um deles é que ao menos 65 por cento das peças dos veículos tenham sido produzidas no Brasil e no Mercosul.
A medida valerá até o final do ano que vem e pode gerar um aumento de até 28 por cento nos preços finais dos veículos não produzidos no Brasil, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Entre as montadoras estrangeiras com promessa de instalação de fábrica no Brasil estão as chinesas JAC e Chery.
A JAC anunciou no começo de agosto que faria investimento de 600 milhões de dólares para erguer uma fábrica, com início da construção em 2012. A Chery lançou em julho obras para sua fábrica no país, em investimento de 400 milhões de dólares.
