Depois de 16 dias desligada para conserto de um vazamento no gerador elétrico principal, a Usina Nuclear Angra 1 voltou a gerar energia hoje (29). O problema, segundo a Eletronuclear, a estatal responsável pelas usinas nucleares, foi causado porque algumas das peças substituídas na troca de combustível do gerador feita em julho não eram de boa qualidade.
O superintendente de Angra 1, Jorge Luiz Lima de Rezende, explicou que as juntas e selantes trocados durante a parada programada com o Operador Nacional do Sistema (ONS), entre os dias 17 de julho e 22 de agosto, foram comprados de um fornecedor nacional e não diretamente com a Siemens americana, empresa que fabrica o equipamento original.
"Algumas juntas vieram com uma qualidade aquém do desejado, o que acabou causando o vazamento de hidrogênio [sistema de resfriamento do gerador elétrico principal da usina]. O que fizemos foi substituí-las por juntas do fornecedor original, que é a Siemens americana e, agora, o equipamento está perfeito", acrescentou Rezende, afirmando que a capacidade máxima da usina, de 600 megawatts, deve ser alcançada pouco depois da reativação.
Segundo o superintendente, a Eletronuclear comprou as peças no mercado nacional para agilizar a entrega do equipamento, já que em termos de valores, a economia, diante do produto original, era irrelevante. "O custo da junta é até irrelevante, mas houve o custo da usina parada, pois, apesar de não ter gasto combustível, deixou-se de gerar energia para o sistema. Mas é difícil estipular valores. Acho que o prejuízo seria da ordem de R$ 500 mil por dia", avaliou.
A Usina Nuclear Angra 1 começou a operar em janeiro de 1985 e, de acordo com Rezende, atualmente contribui com 1% de energia no Sistema Elétrico Nacional. Junto com a Usina Nuclear Angra 2, a unidade responde por 50% do abastecimento de energia elétrica para o estado do Rio de Janeiro.