Após a divulgação do resultado da economia no primeiro trimestre, nesta quarta-feira (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o mecanismo de alívio fiscal para estimular novos empreendimentos, apesar de o governo ter sido criticado por adotar medidas tributárias "modestas" para compensar setores afetados pela queda do dólar.

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"Não podemos pensar no curto prazo, temos que pensar no médio e longo prazos. Não tem jeito, o governo tem que fazer um contrato de risco, tem que ajudar a iniciação de muitas coisas que vão acontecer no Brasil. Precisamos facilitar para depois recuperar. Se a gente não ganha com imposto, ganha com emprego e com circulação das pessoas", afirmou Lula no lançamento do Plano Nacional de Turismo.

O presidente voltou a defender que o governo não deixe de aproveitar a boa situação da economia, que no primeiro trimestre registrou crescimento de 4,3%, em relação ao mesmo período de 2006, segundo dados do IBGE.

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"O Brasil passou 30 anos discutindo inflação, 30 anos discutindo juros (...) Teve tempo de falar de FMI. Agora, não tem que falar de nada disso, porque a inflação está lá ‘controladinha’, os juros estão caindo, não temos que falar do FMI. É a primeira vez se discute política econômica sem discutir crise", afirmou o presidente.

CNI

Apesar do bom momento da economia, setores exportadores estão apreensivos com a queda acentuada do dólar. O governo anunciou na terça (12) medidas para compensar as perdas.

Além do crédito de R$ 3 bilhões através de novas linhas de financiamento do BNDES, o Governo federal anunciou a adoção de dois benefícios tributários para os setores que sofrem com a valorização do real. A renúncia fiscal dessas medidas é de R$ 650 milhões em um ano.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, elogiou o alívio fiscal, mas disse que as medidas não garantem toda a solução do problema. A reversão dos prejuízos no setor exportador, segundo ele, ocorrerá com a desvalorização do real.

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A medida mais esperada pelo setor afetado pelo dólar era a desoneração da folha de pagamento para os setores com mão-de-obra intensiva. Mas ela não foi anunciada e não há prazo para ser concretizada.

Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, há dificuldade do governo em reduzir a contribuição patronal do INSS porque a cada ponto percentual de queda gera um custo anual de R$ 3,5 bilhões para o Tesouro Nacional. O necessário seria diminuí-la em 5 pontos percentuais, de acordo com o ministro Fazenda, o que teria um custo superior a R$ 17 bilhões por ano.