O ano mal começou e a inflação já deu as caras. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) do mês de janeiro atingiu 0,88%, contra 0,69% do índice de dezembro. O indicador também mostra uma alta de 6,02% nos últimos doze meses. O índice é considerado uma prévia do IPCA, usado pelo governo federal como referência para medir a inflação oficial.
Os principais responsáveis pela aceleração do IPCA-15 foram as despesas pessoais, cuja variação passou de 1,10% em dezembro para 1,80% em janeiro, e os gastos com alimentação e bebidas - de 0,97% para 1,45%. No acumulado dos últimos doze meses, as duas categorias apresentaram alta de mais de 10%.
O economista da Inva Capital, Lucas Dezordi, explica que esta é uma característica típica da chamada inflação de demanda. "É o reflexo da atual dinâmica da economia brasileira, baseada no consumo. Quando você aumenta a demanda, os preços naturalmente sobem, principalmente de alimentos e serviços, que puxaram o índice", afirma.
O índice acima do esperado fez com que as previsões para o IPCA cheio de janeiro sejam revistas. Para a economista da Consultoria Tendências, Alessandra Ribeiro, o indicador, ao final do mês, deve ficar em 0,9% e os primeiros trimestres de 2013 já podem estar comprometidos. "O IPCA-15 veio superando o teto. É um primeiro trimestre pior que o de 2012, quando tivemos alta de 1,2%", projeta Alessandra.
De acordo com o Lucas Dezordi, o índice é alarmante. "Foi uma alta muito forte para janeiro. Para que a inflação oficial não feche acima dos 6% nos últimos doze meses, o governo federal terá de administrar bem a queda do valor da energia e contornar os aumentos dos combustíveis e das tarifas de transporte", afirma.
A manobra, no entanto, não é tão simples. Depois de anos segurando o preço da gasolina, por exemplo, o governo federal terá de reajustar o valor do combustível para as distribuidoras para aliviar o caixa da Petrobrás.
Menor pressão
Em Curitiba, a alta ficou levemente abaixo da média nacional. O crescimento foi de 5,72% nos últimos doze meses e de 0,76% em relação a dezembro de 2012. Os fatores que impulsionaram a alta foram basicamente os mesmos que puxaram o índice nacional. Em comparação com janeiro de 2012, as despesas com serviços pessoais aumentaram 12,64%, o vestuário ficou 9,65% mais caro e a alimentação aumentou 8,82% de valor.
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