Hackers brasileiros do grupo Anonymous disseram ontem ter realizado um novo ataque a instituições bancárias. O site do banco Bradesco teria sido alvo da ação de protesto feita pelo grupo. Por volta das 10 horas de ontem, o site do Bradesco ficou indisponível por mais de dez minutos e apresentou instabilidade e lentidão durante outros 30 minutos.
Por nota, a assessoria de imprensa do Bradesco informou que o site recebeu um volume de acessos superior à média e que chegou a apresentar intermitência, mas que não teria saído do ar. O Bradesco mapeou e notou que alguns acessos eram sempre dos mesmos endereços na página principal do banco, alguns de não correntistas. O internet banking do Bradesco chega a fazer 5 milhões de transações por dia, incluindo consultas a saldos e outras operações.
O grupo Anonymous tem utilizado de uma técnica de ataques de negação distribuída de serviço, o DDOS (um acrônimo em inglês para Distributed Denial of Service), que consiste em bombardear um servidor com pedidos de acesso para um site até que ele atinja o limite de sua capacidade e fique indisponível. Segundo especialistas em segurança da informação, este tipo de ataque não oferece grandes riscos à segurança de dados armazenados, mas deve ser acompanhado com atenção, pois eventualmente pode ser um disfarce para que os hackers tentem outras formas de invasão ao servidor alvo.
Cronograma
Por meio de suas contas no Twitter, os hackers dizem que a ação é um protesto contra a corrupção e será feita ao longo da semana com o intuito de deixar a cada dia um serviço de internet banking fora do ar por pelo menos 12 horas. Na segunda-feira, o alvo foi o Itaú, mas o site ficou fora do ar apenas por alguns minutos. Hoje seria a vez do Banco do Brasil. Amanhã, o alvo seria a Caixa e, na sexta, o Santander, segundo as redes sociais. O presidente do Santander, Marcial Portela, disse na manhã de ontem que o banco vem monitorando e reforçando seu site desde a semana passada, por causa das ameaças de ataques.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou, por meio de nota, que os ataques a sites dos bancos, se bem sucedidos, "atingiriam e prejudicariam a população que utiliza os serviços eletrônicos para obter informações e realizar transações bancárias". Ainda segundo a entidade, as instituições financeiras têm "mecanismos e contingências capazes de inibir eventuais ataques como os supostamente seriam tentados contra os bancos" e ainda ressaltou que a instituição "vem postulando com empenho a aprovação de lei específica que criminalize ataques e fraudes eletrônicas".
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