A Agência Nacional do Petróleo (ANP) suspendeu as operações da P-33, no Campo de Marlin, na Bacia de Campos, e autuou a Petrobras por irregularidades envolvendo condições de segurança. As denúncias foram publicadas em uma série de reportagens de O GLOBO que mostram fotos de tubulações de gás corroídas por ferrugem e trazem queixas do sindicato dos petroleiros sobre a falta de equipamentos básicos de segurança, como botes.

CARREGANDO :)

Segundo a ANP, a decisão tem como objetivo resguardar a segurança operacional e dos trabalhadores "até que os níveis de segurança requeridos pela ANP sejam restabelecidos".

Desde o início do ano, já foram notificados 539 acidentes de trabalho nas 45 plataformas da Petrobras na Bacia de Campos, envolvendo funcionários próprios e terceirizados. Nove desses acidentes foram na P-33. Em todo o ano de 2009, foram registrados oficialmente 771 acidentes .

Publicidade

Ministério do Trabalho havia divulgado um relatório parcial sobre o local. A inspeção feita na plataforma P-33 em 3 de agosto encontrou 11 situações de risco para a atividade dos petroleiros e resultou em cinco autos de infração à Petrobras, além da interdição de três filtros de óleo lubrificante por falta de válvulas de segurança, segundo nota divulgada pelo órgão na noite desta quarta-feira. O relatório ainda é parcial e não detalha as irregularidades ou as punições.

Os fiscais encontraram avarias no sistema de descarga de gás de um maquinário, vazamento de vapor no separador de água e óleo em um trem de produção, um manômetro de pressão quebrado e equipamento com identificação ilegível.

E relataram também que, em pontos isolados, o piso e o guarda-corpo (grade de proteção contra queda) da plataforma estavam em estado de corrosão. Também registraram que problemas de drenagem, causados por entupimento do sistema por areia vinda de alguns poços, ajudam a espalhar água nas áreas de trabalho, que se mistura ao óleo e "leva a risco de quedas por escorregamento". Os fiscais detectaram uso de vaso de pressão sem válvula de segurança ou com instrumento de controle "sem boas condições operacionais", o que rendeu dois autos de infração. A fiscalização constatou ainda "pórticos corroídos, calhas quebradas e fiação correndo sobre cavaletes", além de grades de pisos do turret (ligação entre os dutos que vêm do fundo do mar e os da plataforma) com trechos substituídos por tábuas de madeira, sem haver interdição de passagem.

Um princípio de incêndio atingiu a Plataforma P-35 da Petrobras na Bacia da Campos na manhã desta quarta-feira. Segundo a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro, o problema ocorreu na saída de vapores da plataforma e foi causa pelo gotejamento de condensado de vapores de água e hidrocarbonetos sobre o revestimento térmico da Torre Regeneradora de Glicol (equipamento que faz parte do tratamento de gás na unidade).

A Petrobras confirmou o incidente na plataforma P-35, na Bacia de Campos. Segundo a empresa, o princípio de incêndio foi rapidamente controlado pela tripulação, sem deixar vítimas ou causar danos ambientais.

Publicidade

Na quarta-feira, petroleiros deram ínicio a uma manifestação em frente ao prédio da Petrobras , na Avenida Chile, no Centro do Rio. Segundo nota do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo no Estado do Rio de Janeiro, quatro petroleiros se acorrentaram aos portões do edifício sede da empresa como parte da campanha por aumento salarial da categoria.

Ainda na quarta-feira fiscais da Marinha e da Agência Nacional do Petróleo (ANP) vistoriaram a P-33 que, segundo fiscalização do Ministério do Trabalho e de representantes do Sindipetro, estaria operando em condições precárias com muitos equipamentos com elevado nível de corrosão, além de ter ocorrido um problema em um equipamento no mês passado.

Diante das denúncias, a Petrobras informou que iria parar a plataforma, para reparos, em outubro. Essa parada já estava prometida para julho, mas não foi realizada, segundo o auditor fiscal do trabalho José Roberto Aragão.

Veja também
  • Incêndio não interrompeu trabalho na P-35, diz Petrobras
  • Petrobras fará manutenção de P-33 em outubro após falha em julho
  • ANP vai com Marinha inspecionar P-33 após falha operacional