Clinipam diz que não vende mais os planos em questão
O diretor administrativo da Clinipam, Cadri Massuda, informou por telefone, à Gazeta do Povo, que a empresa vai entrar na Justiça para que a ANS forneça informações sobre os critérios utilizados na avaliação dos planos de saúde. "Nós fomos surpreendidos em relação a isso porque temos trabalhado a passo com a ANS, e todos os problemas surgidos são resolvidos", relatou o diretor.
Massuda disse que a ANS não deu oportunidade de defesa à empresa e que "colocou os nomes das empresas no ralo comum". Segundo ele, os três planos de saúde atingidos já eram pouco comercializados desde a metade do ano passado. Apesar disso, os planos não tinham sido retirados oficialmente da lista de produtos.
"A empresa tem 80 produtos, e cada produto tem uma especificação. Esses produtos que a ANS proibiu a comercialização vão ser retirados oficialmente da lista e não vão repercutir, porque já tínhamos parado de vender".
Abramge PR e SC discorda de lista
A Associação Brasileira de Medicina de Grupo Regional Paraná e Santa Catarina (Abramge PR/SC) publicou, em nota, que "não concorda com os critérios adotados pela Associação Nacional de Saúde Suplementar (ANS), faltando clareza no processo de análise e de decisões que levaram às suspensões".
A entidade alegou que entende que as "operadoras poderiam ter sido previamente notificadas, com prazo para a contestação dos dados apresentados". O documento é finalizado com a declaração de que a associação "entende que o processo adotado pela ANS não apresenta a transparência necessária".
Consumidor pode avaliar planos
A ANS lançou, em 2012, uma ferramenta que permite ao consumidor avaliar o desempenho de seu plano de saúde e compará-lo com o resultado de outras operadoras.
O "Espaço da Qualidade", disponível no site www.ans.gov.br, lista 33 indicadores, como o próprio IDSS, além dos índices de reclamações das operadoras e da lista dos planos com comercialização suspensa.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicou nesta quinta-feira (10) a lista dos 225 planos de saúde que terão as vendas suspensas a partir da próxima segunda-feira (14), por causa de falhas no atendimento ao consumidor. A decisão pela suspensão foi anunciada pelo Ministério da Saúde e pela Associação Nacional da Saúde (ANS), em Brasília. A lista dos planos atingidos pela medida pode ser acessada aqui.
Entre as 28 operadoras punidas, está a Clinipam (Clínica Paranaense De Assistência Médica), que ficará impedida de vender os planos Especial (código 404382991), Hospitalar Empresarial (419529999) e Plano Perfeito Hospitalar (441700033). Leia o posicionamento da empresa no box abaixo.
A medida, porém, não impacta no atendimento dos clientes que já são desses 225 planos - que abarcam cerca de 1,9 milhão de pessoas, ou 4% do público da saúde suplementar. A venda dos planos ficará suspensa até março, podendo ser prorrogada em caso de reincidência.
As falhas das operadoras incluem o descumprimento dos prazos máximos fixados para marcação de consulta, exames e cirurgias. Desde dezembro de 2011, vale uma norma da ANS que estabelece o prazo limite para atendimento de uma consulta básica (pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia) em sete dias, 14 dias para consultas com outros especialistas e 21 dias para internações eletivas, entre outros.
Desde quando foi iniciado o monitoramento, 16 operadoras não vem cumprindo, de forma reincidente, os critérios estabelecidos pelo governo e serão indicadas para a abertura de processo para que corrijam as anormalidades.
As outras 12 operadoras suspensas e não reincidentes deverão assinar um termo de compromisso visando à redução do número de reclamações. De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, isso significa que elas vão ter que adequar a rede de prestadores e os serviços de relacionamento e atendimento ao cliente.
"Para quem tem um plano de saúde que a partir de 14 de janeiro terá a venda suspensa, todos os direitos continuam valendo. O que está suspensa é a incorporação de novos clientes", explicou o ministro. "É muito importante que a população continue participando do monitoramento", completou.
As operadoras que não cumprem os prazos máximos de atendimento estão sujeitas a multas de R$ 80 mil a R$ 100 mil para situações de urgência e emergência. Em casos de reincidência, elas podem sofrer medidas administrativas como a suspensão da comercialização de parte ou da totalidade de seus planos e a decretação de regime especial de direção técnica, com o afastamento dos dirigentes.
O balanço divulgado hoje indica ainda que, das 38 operadoras que tiveram planos suspensos em outubro do ano passado, 18 melhoraram os resultados e vão poder voltar a comercializar um total de 45 planos de saúde.
Qualidade do planos do Paraná
A ANS divulgou, em dezembro do ano passado, o resultado do Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS) referente ao ano de 2011. Das 1.239 operadoras avaliadas, 59,3% tiveram bons resultados. Em 2010, apenas 31% tiveram notas acima de 0,6, em uma escala de 0 a 1. Confira abaixo um infográfico com a nota dos principais planos que operam no Paraná.
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