Com o início da temporada para a declaração do Imposto de Renda, os bancos também anunciam as suas linhas de crédito que antecipam a restituição aos contribuintes. Com maior concorrência entre as instituições, os juros estão menores do que no ano passado. As taxas variam de 1,59% a 3,5% ao mês e os bancos oferecem adiantamentos de até 100% do valor a ser recebido pela Receita. A contratação pode ser uma boa oportunidade de trocar uma dívida cara por outra com melhores condições.
É o caso de dívidas com o cartão de crédito ou de cheque especial, em que os juros chegam aos 10% mensais. "Com a antecipação a taxas generosas, o contribuinte que tem imposto a receber pode eliminar uma renda que está comprometida com uma dívida muito cara. Vale a pena quitar ou abater parte dela com o adiantamento", afirma o economista Carlos Magno Bittencourt, conselheiro do Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-PR).
O consultor financeiro Miguel Ribeiro de Oliveira compara as duas dívidas e aponta as vantagens do adiantamento de uma dívida hipotética de R$ 1 mil. "Em 10 meses, uma dívida no cartão de crédito, por exemplo, com juro de 10% ao mês transforma-se em R$ 2.593,74. Se a pessoa antecipa a restituição, com juro de 3,5% ao mês, por exemplo, vai pagar R$ 1.410,60 pelo empréstimo", afirma.
As taxas desta modalidade de crédito costumam ser mais baixas do que os empréstimos pessoais tradicionais porque a própria restituição serve como garantia do pagamento.
À exceção da Caixa, que permite uma antecipação de até 75% do valor a ser restituído, os outros bancos permitem que todo o valor seja antecipado (veja os detalhes na tabela). Os empréstimos já estão disponíveis, basta apresentar o recibo da declaração.
No HSBC e na Caixa, a quitação da dívida deve ser feita até fevereiro de 2014. O Bradesco permite que o pagamento ao banco seja feito até dezembro deste ano e o Itaú faz a cobrança em novembro ou no dia da restituição. Os limites variam de R$ 100 a R$ 30 mil.
Alerta
No entanto, aqueles que quiserem recorrer à linha de crédito devem se planejar para que o adiantamento não se torne em um pesadelo. "A pessoa deve lembrar que é um dinheiro que ele iria ganhar lá na frente e que agora ficou comprometido. Se não houver planejamento, é apenas o início de uma nova dívida", explica.
O mesmo cuidado deve se dar na hora de informar os dados à Receita para não cair na malha fina e contrair uma dívida ainda maior, sem a restituição programada para o pagamento da dívida e com a multa aplicada pelo fisco.