O aplicativo de transporte privado Uber está em 57 países e é avaliado em US$ 40 bilhões (R$ 118 bilhões). A brasileira Polen arrecada doações para filantropia e tem sete funcionários.
Tão diferentes em tamanho e modelo de negócios, as duas empresas são chamadas de “startups”.
O termo foi criado para designar empresas de tecnologia iniciantes, mas seu uso foi tão banalizado que despertou um debate sobre seu significado exato. E sobre quando uma empresa deixa de ser startup.
Para Steve Blank, empreendedor do Vale do Silício, nos Estados Unidos, e autor do livro “Startup: Manual do Empreendedor” (Ed. Alta Books), uma startup é uma organização formada para procurar um modelo de negócios escalável e que possa ser repetido.
Isso significa aumentar a receita sem elevar custos na mesma proporção.
“A empresa é temporariamente uma startup. O objetivo é que ela deixe essa fase quando descobrir um modelo de negócios com esses dois fatores”, diz Pedro Waengertner, presidente-executivo da Aceleratech, que ajuda empresas iniciantes a conseguir financiamentos.
Essa definição precisa não aplica à gigante Xiaomi, por exemplo, que é o terceiro maior nome do lucrativo mercado de smartphone e é tratada por startup.
Dennis Wang, 32, copresidente do app de táxis Easytaxi, afirma: “Fazemos 6 milhões de corridas por mês sem aumentar os custos na mesma medida, então nossa tecnologia é escalável, e também é repetida em 30 países”.
Inovação
No entanto, ele afirma que a Easytaxi é uma das empresas que se identificam com o termo por sua ligação com a cultura inovadora.
“Tratamos a empresa como startup porque queremos manter o espírito do começo. Somos uma multinacional e temos governança, mas, no fim do dia queremos ser uma startup”, afirma Wang.
Apesar de ter modelo de negócios, a Polen, uma ferramenta de filantropia corporativa, se define como startup por reunir elementos inovadores e ainda não atingir lucro, diz Renata de Oliveira, 25, fundadora da empresa.